O novo ataque à democracia com ameaça de golpe perpetrado por Bolsonaro na última segunda-feira (18) levou o senador Fabiano Contarato (PT-ES) a propor à Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado a convocação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Ele deverá prestar informações sobre a reunião realizada no Palácio do Planalto em que o presidente novamente colocou em xeque o sistema eleitoral brasileiro, dessa vez dirigindo-se a diplomatas de mais de 40 países.
Sem provas, o chefe do Executivo tem feito reiterados ataques às urnas eletrônicas, afirmando que houve fraude. Mesmo desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pela unanimidade dos órgãos e entidades que aferem com regularidade a segurança dos equipamentos e do sistema como um todo, Bolsonaro insiste em tentar desacreditá-los.
“Estou propondo a convocação para que ele esclareça se é o chanceler do país ou um animador de plateia golpista: o ministro tem sérias explicações para dar aos brasileiros após o circo de Bolsonaro na reunião com embaixadores”, afirmou o senador.
Para ele, Bolsonaro segue o mesmo enredo protagonizado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Diplomatas ficaram abalados durante a reunião convocada pelo presidente Jair Bolsonaro. A acusação de fraude do sistema eleitoral é uma prática populista daquele que está prestes a perder as eleições, assim como ocorreu nos Estados Unidos sob a gestão Trump, que insuflou seus apoiadores a recusar o resultado das eleições de 2020 e a invadir o Congresso norte-americano”, frisa Contarato.
O senador reitera que atacar as urnas eletrônicas significa atacar todos os princípios e instrumentos que sustentam a democracia brasileira. “Cumpre ressaltar, também, que o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da independência nacional, que é a liberdade e o direito de exercer todas as suas atividades locais sem intervenção externa”, assinala Contarato.
Nesta terça (19), a embaixada dos Estados Unidos divulgou nota em que reconhece a lisura do processo eleitoral brasileiro e reforça a soberania das instituições democráticas do Brasil para conduzir as eleições de outubro. “As eleições no Brasil são para os brasileiros decidirem. Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores”, diz a nota, que classifica como exemplar o sistema brasileiro. “As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, conclui.
(Com Assessoria do senador Fabiano Contarato)
