O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (PT-ES), afirmou em entrevista à CNN Brasil, na quarta-feira (31), que a tentativa de golpe realizada em 8 de janeiro foi fruto de quatro anos de ataque à democracia praticado por Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
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Contarato, que é membro da CPMI do Golpe, instalada no último dia 25 para investigar o atentado, disse também esperar que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito identifique não só aqueles que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, mas todos que colaboraram de alguma forma para a realização do crime.
“Nós temos que entender que no dia 8 de janeiro, com oito dias de governo do presidente Lula, esse ápice, aquela eclosão, foi fruto e reflexo de um comportamento originário de quatro anos de ataque à democracia”, afirmou.
O senador lembrou que antes do 8 de Janeiro, uma série de ações ajudaram a dar forma à tentativa de golpe, como os acampamentos em frente a quartéis, a tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília e devieras declarações feitas por Jair Bolsonaro e parlamentares que o apoiam.
“Parlamentares e o próprio ex-presidente Bolsonaro sempre falaram que supremo é o povo e que, para fechar o Supremo, bastariam um cabo e um soldado. E que o presidente Lula, se eleito, não subiria a rampa”, recordou.
Partícipe moral
Outra lembrança trazida por Contarato foi a de que houve um ataque sistematizado ao sistema eleitoral. “O ex-presidente chamou embaixadores para desacreditar os resultados das eleições, utilizou a instituição da Polícia Rodoviária Federal para impedir eleitores no Nordeste (de votar). Ou seja, foi sistematicamente atacada a democracia brasileira.”
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Professor de direito e delegado da Polícia Civil, Contarato lembrou que a lei brasileira considera culpado por um crime não só aquele que pratica o ato. “Temos também a figura do partícipe, que é o partícipe moral, aquela pessoa que induz, que planta a ideia, que instiga ou que auxilia materialmente”, explicou.
E acrescentou estar certo de que as investigações trarão provas da participação de Bolsonaro e seus cúmplices. “Não tenho dúvida de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, vários integrantes dos ministérios dele e vários políticos têm a digital nessa responsabilidade”, disse.
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