“Que crise é essa com quase pleno emprego, com valorização da Bolsa [de Valores] há mais de seis meses e com estabilização cambial, entre outros atributos?”, declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na segunda-feira (25) enfatizando que é “inadequado” falar que a economia brasileira passa por uma crise ou mesmo está estagnada.
“Construímos uma economia mais resistente a intempéries, com menos ônus para a população”, disse ele durante a premiação a empresários promovida pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo. Para o ministro, já existem indícios de que a economia voltará a crescer na segunda metade do ano.
“Após a desaceleração do segundo trimestre, já está sendo detectada neste segundo semestre a recuperação do nível de atividade. Nestas circunstâncias, podemos falar em crescimento moderado”, avaliou. “É inadequado falar em estagnação, em recessão e, muito menos, em crise da economia brasileira”.
Segundo Mantega, a recuperação foi possível depois da desaceleração da inflação que permitiu que o Banco Central afrouxasse a política monetária. “Com a inflação em queda livre e o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] tendo chegado a praticamente zero em julho, iniciou-se a descompressão da política monetária”. O IPCA de julho foi 0,01%.
Mantega acredita que o país teve um bom desempenho e superou o momento adverso causado, principalmente, pela crise internacional.
“Não se pode negligenciar o fato de que vivenciando uma crise internacional tão grave quanto a de 1929 e o Brasil tenha se saído tão bem em comparação com as crises do passado”, analisou.
“Apostamos na queda dos juros, na redução de tributos, mantivemos o câmbio flutuante evitando o excesso de valorização do Real”, enfatizou ele, ressaltando que o governo não abriu mão do sistema de metas de inflação e da sustentabilidade macroeconômica. “Temos cumprido à risca as metas de inflação, pois não ultrapassamos o limite superior da meta nenhuma vez nos últimos dez anos”, frisou.
Fonte: Agência Brasil