O Congresso Nacional realizou sessão solene em homenagem ao centenário de nascimento do escritor Jorge Amado nesta segunda-feira (6). Nascido em Itabuna, no dia 10 de agosto de 2012, Jorge Amado foi um dos mais importantes escritores brasileiros. Escreveu inúmeros romances que retrataram a sociedade baiana. Entre os seus temas estão a injustiça social, as crenças, a política e o folclore.
O deputado Emiliano José (PT-BA) elogiou o escritor em discurso na cerimônia. “Jorge Amado foi um espanto permanente, um assombro constante, uma metamorfose ambulante, uma tempestade de vida a cada um dos mais de cinco mil personagens que povoaram sua existência e suas dezenas de livros”. Sua obra foi publicada em mais de 55 países, e nela destacam-se os livros Capitães da Areia, Gabriela Cravo e Canela, Tieta do Agreste e Dona Flor e seus dois Maridos.
Emiliano José discorreu também sobre a importância que teve Jorge Amado durante os anos da ditadura militar. “Fomos tragados pela noite do terror ditatorial em 1964 e levados a nos fortalecer com sua literatura militante, em outro tempo, diverso do dele, e parecido com o dele. A ditadura nos revisitava, e Jorge Amado nos acompanhava com sua palavra alentadora, intérprete de um Brasil que ainda não amadurecera para a democracia. Jorge Amado, a seu modo, com sua literatura, formou politicamente muitos de nós”. O deputado lembrou que Jorge Amado tornou-se um romancista de caráter universal, sendo o autor brasileiro mais traduzido no exterior. “Ao traduzir sua aldeia, ao revelar a alma de sua terra, conseguiu tocar a alma do mundo.
Jorge Amado foi eleito deputado federal em 1945 pelo Partido Comunista e durante o seu mandato foi autor da lei que instituiu a liberdade de culto religioso.
A sessão contou com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Ele ressaltou a importância de Jorge Amado para a Bahia. Segundo o governador, suas obras transcendem o tempo e permanecem atuais pelo fato de denunciarem o sofrimento de um povo. Estabeleceu um paralelo entre os sonhos de uma sociedade mais justa, que foi a principal bandeira do romancista, com os objetivos perseguidos pelo atual governo da Bahia: redução das desigualdades sociais e resgate da cidadania.
Para o senador Walter Pinheiro, também presente, Jorge Amado fez o “debate de suas ideias através dos caminhos da arte”, lançou um olhar muito especial à crítica social, representando em sua obra o que ele via nas ruas e na sociedade.
Alexandre Costa