Marcelo Arruda foi morto por bolsonarista enquanto comemorava aniversário com temática alusiva ao ex-presidente Lula.
O Plenário do Congresso Nacional fez 1 minuto de silêncio nessa segunda-feira (11) em homenagem a Marcelo Arruda, tesoureiro do PT e guarda municipal assassinado em Foz do Iguaçu (PR) na madrugada de domingo (10). Arruda comemorava aniversário de 50 anos com homenagens ao PT e ao ex-presidente Lula e teve a festa invadida pelo bolsonarista Jorge Guaranho, que é policial penal federal. O agressor também foi baleado e está hospitalizado. Na sessão do Congresso Nacional, desta terça-feira (12), o deputado Enio Verri (PT-PR) também cobrou providências sobre o crime.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prestou solidariedade à família de Marcelo Arruda e afirmou que o episódio é um crime bárbaro. “As imagens são chocantes, repugnantes. Está mais do que demonstrado que nós não podemos nos render ao ódio e à violência na política ou em qualquer seara da nossa vida”, disse.
Pacheco destacou que é papel das lideranças políticas e das forças de segurança conter a onda de intolerância e preconceito.
Crime político
A homenagem foi solicitada pelo deputado Afonso Florence (PT-BA), para quem Arruda foi vítima de um crime político. “É um cidadão que estava na sua casa, no seu aniversário, com a temática da sua escolha. Isso é uma prerrogativa inquestionável”, disse.
Florence destacou que o minuto de silêncio demonstra que a Casa não concorda com a violência política. “Que esse minuto de silêncio represente também uma manifestação política desta Casa para que a violência política seja estancada imediatamente e que episódios como esse não se repitam em nenhuma condição”, afirmou.
O deputado Enio Verri condenou a violência bolsonarista que resultou na morte de Marcelo Arruda. “Olhem aonde nós chegamos! Olhem o nível da política que foi construída neste País! E não venham me dizer que isso é resultado de uma disputa entre duas grandes forças políticas. É mentira quando falam isso, porque o Partido dos Trabalhadores, por décadas, disputou com o PSDB aqui no país a direção, e nunca teve problema de assassinato, de violência, porque as nossas divergências são no campo das ideias, de violência, porque as nossas divergências são no campo das ideias, de avançar a civilização, do respeito ao próximo, da construção de uma sociedade mais justa”. O parlamentar lembra que foi o Governo Bolsonaro que se construiu a política da morte, a política do desrespeito ao próximo, do desrespeito às minorias, à luta de raça, de gênero, são aqueles que incentivam a destruição da natureza, “este Governo que destrói o conceito de família usando o nome de Deus. É a política do mal e da construção de maldades. Concomitante a esse tipo de política que destrói famílias, que desrespeita o ser humano, que desrespeita até o que diz a Bíblia, usando o nome de Deus, há a violência que vivemos hoje, provocando a morte de meu amigo e meu companheiro Marcelo Arruda”, lamentou.
Segundo o deputado do Paraná, Bolsonaro tem que responder por isso, “porque ele e os seus, que defendem a política da morte, que defendem a utilização de armas, o desrespeito às minorias e ao próximo, são responsáveis por isso”, destaca Enio Verri.
PT na Câmara com Agência Câmara de Notícias