“A vontade popular expressa nas urnas é soberana e deve ser respeitada”, afirma a moção “em defesa da democracia no Brasil” aprovada no sábado, em São Paulo, pelo Conselho Geral da Confederação Sindical Internacional. A CSI representa mais de 180 milhões de trabalhadores de 161 países.
Presidente da CSI, o ex-presidente da Apeoesp e da CUT, João Antônio Felício, saudou a “manifestação das mais expressivas entidades do movimento sindical internacional em apoio à manutenção da democracia no país”. “Ninguém aceita o retrocesso. Todos querem que o voto dado seja respeitado”, acrescentou.
O encontro que tem por tema “Reforçar o Poder dos Trabalhadores e Trabalhadoras” reúne cerca de 200 lideranças sindicais dos cinco continentes no hotel Renaissance.
Veja a íntegra da Moção em defesa da democracia no Brasil:
A Confederação Sindical Internacional (CSI) vem a público manifestar sua grande preocupação com os recentes acontecimentos que ameaçam o regime democrático no Brasil. A vontade popular expressa nas urnas, que elegeu a Presidenta Dilma Rousseff com 54,5 milhões de votos, é soberana e deve ser respeitada por todos os poderes da nação, bem como pelos grupos de oposição derrotados no pleito de 2014.
Historicamente, a América Latina sempre foi marcada por golpes civis ou militares que tanta infelicidade trouxeram para a região, resultando em assassinatos de sindicalistas, de lideranças políticas, na retirada de direitos e na concentração de renda.
Não há fatos que justifiquem que grupos ultrarreacionários derrotados queiram fazer no Brasil o que já testemunhamos com pesar em países como Honduras e Paraguai em anos recentes. Golpes de Estado foram cometidos com o apoio da grande mídia local através de manobras judiciais e parlamentares, com a pretensão de passarem por processos democráticos de impeachment. Sabemos que a consequência destes golpes foi, além do grave dano à democracia, o empoderamento de regimes conservadores e autoritários que promoveram a perda de liberdades civis e políticas.
A democracia e a liberdade de manifestação, assim como a ampliação de direitos trabalhistas e a distribuição de renda, são pressupostos básicos para a construção de um Brasil mais justo.
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