Como a Alemanha lida com o nazismo: para que a história não se repita

Setenta e três anos após a derrota do nazismo, a Alemanha mantém o empenho de explicar os horrores produzidos por Hitler e seus aliados. Segundo o historiador alemão, Daniel Bratanovic, editor do jornal Junge Welt, “desde cedo, a educação nas escolas da Alemanha Oriental era anti-fascista. Em 1968, começou a se falar nas escolas de todo o país”, afirma.

Recentemente, a Embaixada da Alemanha publicou um vídeo explicando como o nazismo era tratado entre os alemães, e recebeu uma enxurrada de comentários de brasileiros. Os internautas afirmavam que o nazismo era ligado às ideologias de esquerda e contestavam o holocausto.

O vídeo da embaixada descreve que, entre os 13 e 15 anos, as crianças apreendem, em sala de aula, os riscos do nazismo. Mas a publicação também lembra que, desde cedo, elas têm contato com as memórias do período do Terceiro Reich andando pelas ruas de cidades alemãs.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Bratanovic afirma que “é uma reivindicação tola de que o nazismo poderia ser um movimento de esquerda”. Segundo ele, “o movimento nazista, desde o começo, recebeu dinheiro e suporte de importantes setores militares, também de setores do capital, por exemplo de proprietários de fábricas de aço, preparando a Alemanha para a guerra”.

Bratanovic disse que “se alemães descobrissem que existe este tolo debate, por exemplo, no Brasil [de que o nazismo é de esquerda], eles diriam que isso é bizarro, porque geralmente ninguém na Alemanha reivindica que o nazismo seja de esquerda”.

A ascensão do fascismo em vários países da União Europeia, e agora também no Brasil, carece de estudos: “É interessante, porque quando a esquerda na Alemanha e na Europa se questiona sobre a ascensão da extrema direita, nós não temos respostas concretas. O fato é que a extrema direita é capaz de captar o ódio e o descontentamento em sociedades ao redor do mundo”.

 

Confira outros trechos da entrevista:

 

 

Brasil de Fato

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