Comissão do Legado da Copa visita o Engenhão e cobra laudos da prefeitura

Molonestadio
Foto: Fernando Rabelo
 
Após visita ao estádio do Engenhão na segunda-feira (8), o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) afirmou que a Comissão Externa do Legado da Copa e das Olimpíadas, da qual é presidente, vai requerer à Prefeitura do Rio todos os laudos e estudos já feitos sobre o estádio, desde os projetos de construção até o documento que recomendou sua interdição. O objetivo é buscar a raiz dos problemas que levaram o estádio a ser interditado, no dia 26 de março. Para isso, conta com a ajuda do Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Rio (CREA-RJ), cujo presidente, Agostinho Guerreiro, participou da vistoria. A certeza do deputado é de que a população não pode pagar a conta pelos deslizes cometidos.
 
“ Se foi um erro de projeto, responda quem fez o projeto. Se for um erro de execução, quem a fez. E sobretudo as empresas que entregaram a obra. Alguém tem que responder por isso. O que não pode é mais uma vez a população pagar a conta”, disse Molon, lembrando que o Engenhão custou quatro vezes mais do que o previsto, num total de R$ 380 milhões.
 
Por cerca de duas horas, Molon, Guerreiro e os deputados Arolde de Oliveira (PSD-RJ), Liliam Sá (PSD-RJ) e Marcelo Matos (PDT-RJ), integrantes da Comissão Externa da Câmara, ouviram do diretor-geral do Botafogo, Sergio Landau, que o desvio constatado nas estruturas da cobertura do estádio é apenas um dos entraves. Desde que o estádio foi inaugurado e entregue ao clube por meio de concessão, em 2007, há problemas com o funcionamento dos geradores, dos telões, problemas de infiltração e também de suprimento de água nos andares superiores, explicou Landau. Por isto, a comissão também quer saber quem foi o responsável por certificar o recebimento da obra, pois nesta etapa deveria ter notado as diversas falhas apontadas. “Todas as informações devem ser de conhecimento público, visto que o dinheiro da população foi usado nesta construção. Não pode haver sigilo”, reforçou Molon.
 
A diretoria do Botafogo diz não ter tido acesso ao laudo que aponta as falhas na cobertura. Muitas das informações foram dadas apenas verbalmente ao clube. Segundo estudo realizado por uma empresa alemã, a cobertura teria se deslocado 50% a mais do que o previsto desde a inauguração. Por isso, a tolerância aos ventos diminuiu, colocando a Prefeitura em alerta. 
 
A Comissão Externa de Legado da Copa e das Olimpíadas também vai pedir ao Governo do Estado do Rio os estudos feitos sobre o Maracanã, para evitar que o estádio tenha problemas. “ Em primeiro lugar, precisamos garantir que não aconteça no Maracanã o que aconteceu aqui no Engenhão. Se já é inadmissível que o Engenhão, um estádio novo, enfrente problemas como esse, é inaceitável que o Maracanã, ainda em reforma para a Copa, passe por novas reformas para a Olimpíada”, afirmou Molon, referindo-se a documento entregue pelo Comitê Organizador das Olimpíadas com exigências ainda a serem cumpridas para os Jogos de 2016.
 
Assessoria Parlamentar
 

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