Foto: Gustavo Bezerra
De acordo com o Ministério da Saúde, de 1999 a 2011 (dados preliminares para o último ano), foram notificados 343.853 casos de hepatites virais no Brasil, incluindo os cinco tipos da doença – A, B, C, D e E. São casos confirmados da doença, com pacientes que já apresentam sintomas. O estudo é feito todos os anos nas capitais e no Distrito Federal, com a realização de exames por amostragem de pessoas. O tipo mais comum é a hepatite A que, nesse período, atingiu 138.305 pessoas. Em segundo, a hepatite B com 120.343 casos.
Para debater a situação dessa doença no país, a Comissão de Seguridade Social e Família, presidida pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), realiza na quinta-feira (8),a partir das 9h30, uma audiência pública com especialistas.
Devem participar Fábio Mesquita, diretor do Departamento do Programa DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde; Jeová Fragoso, coordenador do Grupo Esperança de Santos (SP) e Hoel Sette Júnior que é gastroenterologista. A audiência acontece no plenário 7 do anexo II da Câmara.
Os testes de diagnóstico estão disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com o teste rápido para triagem das hepatites B e C. O diagnóstico precoce proporciona acesso ao tratamento em tempo adequado, o que previne as complicações da infecção crônica (cirrose, câncer e transplante de fígado). Dessa forma, a ampliação do diagnóstico significa mais notificações e estatísticas mais exatas.
A hepatite A, que tem o maior número de casos, esta diretamente relacionada às condições de saneamento básico e higiene. Cerca de 39,5 por cento das contaminações acontece dos 5 aos 19 anos de idade.
Já a hepatite B, o segundo tipo com maior incidência, atinge maior proporção de transmissão por via sexual. A prevalência dessa hepatite na população, de10 a 69 anos é de 0,37 por cento nas capitais e no DF. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é vacina, associada ao uso do preservativo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é vacina, associada ao uso do preservativo. Atualmente o SUS disponibiliza a vacina para todas as pessoas até os 29 anos, e também para populações vulneráveis em todas as idades. Entre estas, manicures, pedicures, profissionais do sexo, policiais militares e civis, caminhoneiros, doadores de sangue e profissionais da saúde, entre outros.
A hepatite C, com 82.041 casos, tem como principal forma de transmissão o contato com sangue (por exemplo, compartilhamento de objetos como alicates de unha, lâminas de barbear, agulhas, seringas, equipamentos para tatuagens e uso de drogas). A maior prevalência está na Região Norte com 2,1 por cento dos casos. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, de 70 a 80 por cento das infecções se cronificam. Em média, 20 por cento destas podem evoluir para cirrose e de 1 a 5 por cento para câncer do fígado.
A hepatite D, com 2.197 casos, tem como principal forma de transmissão a via sexual. Só as pessoas portadoras da infecção pelo vírus B têm risco de se infectar pelo vírus da hepatite D. As duas formas, associadas, tem maior risco de complicações hepáticas graves. O diagnóstico precoce e a vacina para a hepatite B podem evitar a transmissão pelo tipo D. Esse tipo da doença é endêmico na Região Norte.
Por último, a hepatite E, que ocorre por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. É rara no Brasil e tem 967 casos na pesquisa feita pelo Ministério da Saúde. A melhor forma de evitar a doença é pela melhoria do saneamento básico e por medidas educacionais de higiene.
O governo oferece, sem custo, seis medicamentos para o tratamento da hepatite B. Para a hepatite C, há cinco medicamentos disponíveis. Um deles, o tenofovir, é produzido no país desde 2011. Atualmente estão em tratamento, na rede pública, cerca de 16 mil pacientes com hepatite B e cerca de 13 mil pacientes com hepatite C. A infecção pelo vírus da hepatite A é na maioria das vezes benigna, com remissão espontânea, sem , sem necessidade de tratamento medicamentoso.
Assessoria CSSF