Em junho último, Curió mostrou documentos do período da repressão à guerrilha ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele revelou que, dos 67 integrantes da guerrilha mortos durante o conflito com militares, 41 foram executados quando não ofereciam risco às tropas (estavam presos e desarmados). Conforme a reportagem, até a abertura do arquivo de Curió, eram conhecidos 25 casos de execução. O jornal revela mais 16, reunidos a partir do confronto do arquivo do major com livros e reportagens. A morte de prisioneiros representou 61% do total de baixas na coluna guerrilheira.
Segundo o jornal, os papéis de Curió esclarecem passo a passo a terceira e decisiva campanha militar contra os comunistas do PC do B – a Operação Marajoara, vencida pelas Forças Armadas, de outubro de 1973 a janeiro de 1975.
Domingos Dutra observou que os combates entre as tropas da ditadura militar e a guerrilha do Araguaia deixaram cerca de 70 pessoas desaparecidas — guerrilheiros e moradores locais. A partir de 1982, com o início do processo de redemocratização do país, familiares de ex-integrantes do movimento passaram a cobrar na Justiça a localização e recuperação dos restos mortais dos desaparecidos.
Na avaliação de Dutra, a divulgação de informações contidas no acervo pessoal do Major Curió trouxe o assunto de novo à tona . ” A falta de arquivos e informações oficiais era apontada como a grande dificuldade para que corpos dos guerrilheiros fossem encontrados e mais detalhes fossem revelados”.
Equipe Informes