A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (10), audiência pública para debater a tragédia na escola Tasso da Silveira, de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), quando um atirador matou doze crianças e feriu outras dez pessoas, em abril passado. O deputado Domingos Dutra (PT-MA) propôs que a CDH promova uma diligência ao bairro de Realengo para ouvir a comunidade e intermediar o diálogo com as autoridades. A diligência foi acolhida pela CDH e a agenda da mesma será definida em breve.
Três mães e um pai de crianças mortas ou feridas no episódio participaram da audiência pública como expositores e relataram o drama que vivem e as dificuldades que enfrentam para receberem assistência do poder público. O governo do Estado e a prefeitura do Rio de Janeiro foram criticados por expositores e parlamentares presentes, por não estarem cumprindo os acordos feitos com a comunidade em relação ao provimento de assistência e ao reforço da segurança pública no bairro.
“A Comissão de Direitos Humanos precisa visitar o Rio de Janeiro para recolher os depoimentos das famílias que sofreram com essa tragédia e, também, para facilitar o diálogo destas pessoas com as autoridades competentes. Esse é o papel desta comissão, que trata de sentimentos, de dores, de direitos violados e, acima de tudo, dos seres humanos”, afirmou Domingos Dutra.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) endossou a proposta de Domingos Dutra e enalteceu a força das famílias atingidas pela tragédia e a disposição das mesmas em se organizarem para lutarem por seus direitos. “Em primeiro lugar, me solidarizo com estas mães e estes pais que conseguiram superar a sua profunda dor e resolveram lutar pelos direitos de todas as pessoas que foram vítimas dessa violência. E também defendo que esta comissão continue acompanhando o caso e realize uma diligência ao Rio de Janeiro para colaborar mais efetivamente com a garantia dos direitos da comunidade que precisam reparados e protegidos”, disse a parlamentar.
Acessibilidade em aeroportos – A Comissão de Direitos Humanos também realizou nesta quarta uma audiência pública para debater questões relacionadas à acessibilidade no transporte aéreo para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A iniciativa da atividade partiu do deputado Walter Tosta (PMN-MG), que é paraplégico em virtude de ter sido atingido por uma bala perdida.
Rogério Tomaz Jr.
