A comissão de Direitos Humanos da Câmara divulgou nota nesta terça-feira (14) condenando o massacre em Orlando, que resultou em 50 pessoas mortas e 53 feridas, fruto de homofobia. “Atos dessa natureza despertam nossa solidariedade não só porque essa violação massiva de direitos humanos nos atinge a todos como Humanidade, mas porque refletem o mesmo ambiente de intransigência que vivemos no Brasil”. O texto, assinado pelo presidente da comissão, deputado Padre João (PT-MG), manifesta expectativa de que “a intolerância arraigada contra as pessoas LBGT ou qualquer outro segmento da população ceda lugar ao respeito que todos os seres humanos merecem”.
Leia a íntegra:
Nota Pública do Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Sobre o massacre em Orlando
Mais uma vez o ódio e a intolerância mostram sua face mais cruel – o massacre em Orlando, que resultou em 50 pessoas mortas e 53 feridas, foi fruto de homofobia. Atos dessa natureza despertam nossa solidariedade não só porque essa violação massiva de direitos humanos nos atinge a todos como Humanidade, mas porque refletem o mesmo ambiente de intransigência que vivemos no Brasil.
Infelizmente, nosso país também assiste à escalada de discursos fundamentalistas dirigidos a todos que pensam e vivem de forma diferente dos padrões que os detentores dessas visões consideradas “normais”. Essa heteronormatividade exclui pessoas que têm orientação sexual diferente da que julgam apropriada, religião, raça ou visão política diferente da deles. Não raro essas visões também levam a atos de violência extrema e gratuita contra Parafraseando Nelson Mandela, ninguém nasce odiando. Para odiar as pessoas da comunidade LGBT que se divertiam na boate de Orlando o atirador precisou aprender. O próprio pai do assassino admitiu que o filho nutria ódio por gays, e sua ex-mulher relatou histórico de violência que sofreu, numa evidência de que a homofobia e o machismo são interligados.
Para além de demonstrar consternação e solidariedade às vítimas do massacre homofóbico ocorrido nos EUA, temos a esperança de que esse episódio de horror nos sirva de lição.
Que a intolerância arraigada contra as pessoas LBGT ou qualquer outro segmento da população ceda lugar ao respeito que todos os seres humanos merecem.
Que o direito de amar e viver sua própria identidade seja para todos, sem exceção.
Que a sociedade reaja ao desmonte em curso das políticas públicas de enfrentamento ao preconceito e à intolerância e não aceite a impunidade nos crimes movidos por ódio.
Que o risco representado pelo acesso a armas de alto poder letal associadas às frequentes chacinas nos EUA sirva de advertência a todos nós, brasileiros, e sejam detidas as tentativas de acabar com o Estatuto do Desarmamento.
Deputado Padre João (PT-MG)
Presidente da Comissão de Direitos Humanos
Assessoria da CDH
Foto:CD
