Há 12 anos, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil pedia socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pela última vez. O então ministro da Fazenda, Pedro Malan, assinou à época um empréstimo junto à instituição de US$ 30 bilhões, ultrapassando em 400% a cota que o País detinha junto ao Fundo. Ao avaliar a situação atual do Brasil, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, afirmou que “com os governos do PT os tempos são outros: é o Brasil que empresta ao FMI”.
“Antigamente quem ditava regras para nós aqui do Brasil, e para vários países da América Latina era o FMI. Nós nesses últimos doze anos até esquecemos que existe o FMI. Hoje, nós é que estamos emprestando ao FMI, e temos um fundo de reserva de mais de US$ 300 bilhões”, destacou Devanir. Atualmente o Brasil é credor do FMI, já emprestou R$ 10 bilhões ao fundo e exibe reservas internacionais acima de US$ 379 bilhões.
O parlamentar destacou ainda outro avanço na proteção a economia do País. “Mais recentemente a própria imprensa reconheceu que foi um grande acontecimento, principalmente para o Brasil, a criação de um banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que vai ter uma sede aqui e outra na China, com reservas de US$ 100 bilhões para financiar os países em desenvolvimento”, ressaltou Devanir Ribeiro.
Histórico – Em agosto de 2002, uma última linha de crédito foi tomada, de US$ 30 bilhões, completando a terceira ida do País ao FMI nos dois anos de gestão de FHC na Presidência e de Pedro Malan na Fazenda.
No governo Lula, logo em abril de 2003, o Brasil pagou US$ 4,2 bilhões ao FMI, adiantando a parcela de quitação dos recursos tomados no ano anterior. Depois desse movimento, o País não precisou recorrer novamente ao Fundo. Ao contrário. Em outubro de 2009, mais precisamente no dia 6, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o então diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Khan, anunciaram uma importante troca de posições.
Agora, era o Brasil que emprestava US$ 10 bilhões ao Fundo. Àquela altura, as reservas internacionais brasileiras já chegavam à casa dos US$ 220 bilhões. Em 2011, já no governo Dilma Rousseff, mais uma vez o Brasil foi procurado pelo Fundo para ficar de prontidão em relação à necessidade de um novo empréstimo. Outra vez, por solicitação do FMI.
Doze anos depois da última ida ao Fundo, o País tem uma posição considerada bastante sólida em termos de reservas internacionais. Com todas as obrigações pagas junto ao FMI, o Brasil conta, em 6 de agosto, com um total de US$ 379,44 bilhões de dólares. Uma soma que descarta quaisquer ilações sobre um possível pedido de ajuda para fechar contas, como acontecia às vésperas da derradeira ida ao Fundo.
Heber Carvalho com agências