Com os gravíssimos acontecimentos da semana, que atingiram em cheio o presidente ilegítimo Michel Temer, os dois principais desmontes propostos por ele – o da Previdência e o trabalhista – saem de cena. Logo após a divulgação de parte da delação do empresário da JBS Joesley Batista, na quarta-feira (17), deputados da Bancada do PT na Câmara anteciparam não haver qualquer possibilidade de o governo insistir na tramitação das propostas que acabam com a aposentadoria e desfiguram completamente a CLT.
Na quinta-feira (18), o relator da Reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), divulgou nota em que afirma que não é possível avançar com a votação da proposta no atual cenário político. “Não há espaço para avançarmos com a Reforma da Previdência no Congresso Nacional nessas circunstâncias. É hora de arrumar a casa, esclarecer fatos obscuros”, diz o relator na nota. O seu parecer foi votado na semana passada na comissão especial e está pronto para ser votado em plenário.
De forma semelhante, o relator da Reforma Trabalhista nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Assuntos Sociais (CAS) do Senado, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), também divulgou nota na quinta-feira (18) suspendendo o calendário de análise da proposta em razão da “crise institucional”. “Não há como desconhecer um tema complexo como o trazido pela crise institucional. Todo o resto agora é secundário”, afirma o senador tucano na nota.
Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI), que integrou a comissão que analisou a reforma, a linha da bancada é continuar fazendo oposição ferrenha às reformas, não aceitando nenhuma pauta proposta por Michel Temer. “É um presidente ilegítimo que precisa ser afastado de um lugar que ele nunca deveria ter ocupado. Para a base do governo, é uma estratégia suspender as reformas, porque com esse clima político não existe garantia da aprovação”, avaliou o deputado.
PT na Câmara