Com apoio do governo federal e iniciativa privada, Museu Nacional pode ser reinaugurado em 2026

Museu Nacional em reconstrução no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil-Arquivo

Representantes de entidades envolvidas na restauração do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, quase totalmente destruído por um incêndio em setembro de 2018, afirmaram em audiência pública na Câmara dos Deputados que a entrega do complexo que envolve a instituição, que além do Museu envolve ainda jardins históricos, o Paço de São Cristovão e o acervo perdido na tragédia, poderá ser reinaugurado e entregue ainda em 2026.

Durante audiência pública na Comissão de Cultura, de iniciativa da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), os palestrantes ligados à administração e reforma do Museu afirmaram que isso será possível com ajuda de vários órgãos vinculados ao governo federal e apoio da iniciativa privada.

Um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas, o Museu Nacional – localizado no Parque da Quinta da Boa Vista, na na cidade do Rio de Janeiro e fundado em 1818 por Dom João VI – também era um palácio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938. Suas instalações serviram como residência da família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e também sediou a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891.

Após 1892 o palácio foi destinado ao uso como museu, sendo incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946. Antes do incêndio, abrigava um acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes registros da memória brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como diversificados conjuntos de itens provenientes de diversas regiões do planeta ou produzidos por povos e civilizações antigas.

Deputada Benedita da Silva – Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Universidade pública

A vice-reitora da UFRJ, Cássia Curan Turci, destacou que além da importância histórica e antropológica, o Museu também agrega o “tripé da universidade pública” como ensino, pesquisa e extensão. “O departamento de pesquisa cientifica do Museu Nacional segue ativo com projetos relevantes e trabalhos acadêmicos”, explicou. Turci explicou que já foram restaurados toda a fachada do prédio, reformados auditórios, salas multiuso e sistema de prevenção e combate a incêndio. Nesse ano, ficam pronto o novo sistema de ar condicionado e elevadores.

“Previsto inicialmente para ser reinaugurado em 2027, a data será antecipada para 2026”, disse a vice-reitora.

Apoio à reconstrução

A gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive, Lúcia Bastos, destacou que a UFRJ buscou vários parceiros para recuperar os espaços destruídos pelo fogo. Ela citou como apoios financeiros fundamentais o do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Bradesco e da Vale. Também destacou o apoio técnico da Unesco, e dos ministérios da Educação, da Cultura e da Ciência e Tecnologia.

A representante do BNDES, Luciana Gorgulho, revelou que o Banco – que utiliza parte de seu lucro para apoiar ações no campo socioambiental e cultural – destinou R$ 50 milhões para restauração do Museu. “Esse é o maior valor histórico já feito pelo BNDES em um único projeto, que é compatível com a importância do Museu Nacional”, explicou.

Ela disse ainda que o BNDES também coordena um Grupo de Trabalho que estuda um modelo de sustentabilidade financeira futura para o Museu, e que o presidente do banco, Aloizio Mercadante, busca pessoalmente recursos para essa empreitada. Ela revelou que, recentemente, Mercadante levou esse projeto para apresentar na Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

A deputada Benedita da Silva, que também presidiu grande parte da reunião, destacou que o sonho em ver completamente restaurado o Museu Nacional, está se tornando realidade. “Nós vamos concluir juntos este sonho que não é apenas dos senhores e das senhoras que estão diretamente ligados ao Museu. Ficamos tristes quando houve aquele incêndio. Agora, temos a possibilidade de concluir essa obra, com apoio governamental. É da vontade do presidente Lula que a gente conclua essa obra”, frisou a petista.

 

Héber Carvalho

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também