Cinco anos depois do golpe de 2016, retrocessos de um século, denuncia Bohn Gass

Líder do PT, deputado Bohn Gass - Foto: Lula Marques

O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), denunciou que o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff representou só retrocessos sociais, econômicos e trabalhistas para a população brasileira, além de ataques à soberania nacional, volta da fome, privatizações a preço de banana e destruição do meio ambiente. “Em cinco anos, o Brasil retrocedeu um século em termos de direitos sociais e trabalhistas. Os golpistas fardados e civis que agem como na República Velha transformaram rapidamente o Brasil em país periférico e, agora, em motivo de piada mundial”, escreveu ele, em artigo para a revista digital Focus sobre golpe, que completa cinco anos em 31 de agosto.

Frisou que os retrocessos abarcam da entrega do pré-sal aos estrangeiros ao estímulo à intolerância, à ação de milícias armadas e aniquilamento da Constituição”.  Segundo ele,  o golpe articulado por Michel Temer “levou ao poder um governo demolidor do futuro”, com a eleição do neofascista Jair Bolsonaro. “Um desastre que o povo sente no bolso. O preço da  gasolina explodiu – saltou de R$ 2,80 na época de Dilma para R$ 7,00, o gás de cozinha subiu de R$ 40,00 para mais de R$100,00, os preços dos alimentos estão nas alturas, os salários congelados empobrecem a classe média e os trabalhadores”, pontuou o líder do PT.

“Desde que o poder mudou de mãos no Brasil, o que se vê é um estreitamento da participação social, um retrocesso político, humanitário, cultural, democrático. O projeto do governo Bolsonaro é de tornar o país atrasado, radicalizado, com uma elite rica e privilegiada. Até o momento, esse modelo desastroso tem sido implementado”, disse o líder. Mas afirmou que o quadro poderá mudar com as eleições de 2022.  “Em 2022, o povo brasileiro poderá dizer não a esse modelo predatório , elitista e subalterno aos interesses estrangeiros. Lula vem aí.”

Leia a íntegra do artigo:

Cinco anos depois, retrocessos de um século

Por Elvino Bohn Gass (*)

 

Neste 31 de agosto, completam-se cinco anos da efetivação do golpe político, midiático e judicial contra a presidenta Dilma Rousseff. Com uma justificativa sórdida de que teria havido “pedalada fiscal”, afastou-se uma presidenta legítima e íntegra para possibilitar a   destruição de direitos da população, num movimento que retirou,ilegalmente,  Lula das eleições de 2018 e permitiu a eleição de um perverso que aprofundou o modelo antinacional e antipopular inaugurado pelo golpista Michel Temer.

Em cinco anos, o Brasil retrocedeu um século em termos de direitos sociais e trabalhistas. Os golpistas fardados e civis que agem como na República Velha transformaram rapidamente o Brasil em país periférico e, agora, em motivo de piada mundial. Os retrocessos abarcam um leque que vai da entrega do pré-sal aos estrangeiros, privatizações a preço de banana, até a destruição brutal da floresta amazônica e de outros biomas, cuja biodiversidade tem valor inestimável. Além do estímulo à intolerância, à ação de milícias armadas e aniquilamento da Constituição.

O desemprego e subemprego atingem mais de 40 milhões de brasileiros, a fome voltou, com mais de 100 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Pesquisas indicam que 44% das pessoas já não estão comendo carne, e 41% já não consomem mais frutas. 61 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza no Brasil e quase 20 milhões na extrema pobreza.

Governo demolidor do futuro

O golpe levou ao poder um governo demolidor do futuro. Um desastre que o povo sente no bolso. O preço da  gasolina explodiu – saltou de R$ 2,80 na época de Dilma para R$ 7,00, o gás de cozinha subiu de R$ 40,00 para mais de R$100,00, os preços dos alimentos estão nas alturas, os salários congelados empobrecem a classe média e os trabalhadores.  Os lucros da Petrobras foram para a estratosfera, pois uma empresa criada para contribuir com o desenvolvimento nacional está nas mãos de abutres que dolarizaram a gestão e agem para atender exclusivamente aos interesses de acionistas privados.

Lula e Dilma criaram a política de valorização do salário mínimo, com reajuste pelo índice da inflação mais o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB. Nos cinco do pós-golpe, o reajuste foi só pela inflação. Ou seja, não houve ganho real. Congelado, os assalariados compram menos, a economia não gira.

O golpe cínico, autoritário e conservador abriu caminho para cortes de direitos, mas foi além. Estudo recente da UFMG revela que nos últimos 5 anos o Brasil rumou a passos largos para o passado, aumentando as exportações de bens primários e diminuindo as exportações de produtos industrializados.

Brasil, a roça do mundo

A participação dos primários na pauta aumentou de 37,2% em 2016 para 44,3% em 2020. A dos produtos de média e alta tecnologia caiu de 20,2% para 14,2% e de 5,2% para 3,1%. Que futuro tem um país que abre mão de seu parque industrial para virar exportador de grãos e minérios sem agregar renda local?

Nós, do PT, lutamos muito contra o golpe, pois Dilma Rousseff foi eleita legitimamente e não cometeu nenhum crime. O golpe foi um crime contra a democracia e uma profunda injustiça. Foi um embuste para devolver às elites endinheiradas do País o controle pleno do Estado. As reformas mentirosas e que assaltam direitos nesses cinco anos comprovam o porquê do assalto ao Estado pelas elites que, historicamente, nunca distribuíram renda e sempre subjugaram a massa trabalhadora aos seus interesses.

Dilma representava a resistência de um governo que insistia em usar o poder presidencial a favor do povo. Povo esse que, hoje, engrossa as filas do desemprego e voltou a viver na miséria.

Desde que o poder mudou de mãos no Brasil, o que se vê é um estreitamento da participação social, um retrocesso político, humanitário, cultural, democrático. O projeto do governo Bolsonaro é de tornar o país atrasado, radicalizado, com uma elite rica e privilegiada. Até o momento, esse modelo desastroso tem sido implementado.

Em 2022, o povo brasileiro poderá dizer não a esse modelo predatório , elitista e subalterno aos interesses estrangeiros. Lula vem aí.

(*) Deputado federal (PT-RS) e líder do partido na Câmara dos Deputados

 

Redação PT na Câmara

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