Especialistas em Saúde Pública confirmaram nesta terça-feira (13) a efetividade das ações desenvolvidas pelo prefeito petista de Araraquara, Edinho Silva, no combate à pandemia da Covid-19 no município, como a adoção do lockdown que resultou na derrubada vertiginosa no número de casos, de internados e de mortes pelo vírus. Durante a audiência pública da Comissão Externa da Câmara que Acompanha o Enfrentamento à Pandemia – de iniciativa do deputado Alexandre Padilha (PT-SP)– Edinho Silva destacou que, enquanto não houver vacinação em massa, o Brasil precisa de união para adotar medidas duras de distanciamento social.
O prefeito de Araraquara se tornou exemplo nacional no combate à Covid-19, após adotar um lockdown rigoroso de 10 dias na cidade, logo após o comitê de monitoramento do município detectar a circulação da variante P1 do coronavírus, a mesma que causou o colapso do sistema de saúde em Manaus. Edinho Silva explicou que, nos primeiros seis dias, praticamente todas as atividades no município foram paralisadas – até mesmo o transporte público – somente funcionando os serviços de saúde e as farmácias.
Como resultado, a cidade que chegou a experimentar uma rápida lotação dos hospitais e aumento repentino no número de mortes, hoje já tem leitos disponíveis e na semana passada ficou 4 dias sem nenhum registro de óbito pela Covid. O prefeito de Araraquara disse que é falsa a dicotomia entre salvar vidas e manter a economia funcionando. Segundo ele, não existe recuperação econômica sem o enfrentamento à pandemia.
“Lockdown é uma medida dura, e nenhum governante a toma de forma prazeirosa, mas se não temos vacinação em massa, só temos uma forma de frear o contágio: isolarmos uma pessoa contaminada de outra não contaminada. O Brasil precisa se unir nas medidas de isolamento social, e em políticas de socorro, como auxílio emergência, que atualmente ainda é insuficiente e que vai precisar que os estados e municípios complementem, mas também de linhas de crédito que possam auxiliar micro, pequenos e médios empresários a enfrentar as medidas de isolamento social”, observou Edinho Silva.
Para a professora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) Esther Sabino o surgimento de variantes do coronavírus com maior poder de contágio – caso da P1 e de outras em circulação no País – exige a adoção de medidas mais rígidas de distanciamento social.
“O vírus expande as suas mutações quanto maior for a capacidade de transmissão. Portanto, com essa maior transmissibilidade mais variantes podem surgir, e talvez, alguma que até exija modificações nas atuais vacinas. Enquanto não temos vacinação em massa, temos que quebrar essa cadeia de transmissão. Essa é uma guerra difícil, onde as poucas armas que temos para usar são as testagens, identificação e monitoramento dos contaminados, uso de máscaras e o distanciamento social, chegando até ao lockdown. Tudo isso de forma conjunta”, alertou.
O biólogo, microbiologista e pesquisador em epidemiologia genômica da Yale University (EUA), Anderson Brito, alertou que as novas variantes em circulação no Brasil – a P1 (brasileira), a B.1.1.7 (britânica) e a B.1351 (África do Sul) – têm alto poder de transmissão, “que leva a mais pessoas contaminadas e a mais mortes”.
Os representantes do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) também elogiaram a atitude do prefeito petista. O assessor técnico do Conasems Alessandro Aldrin parabenizou Edinho Silva “pela coragem em adotar o lockdown”. Já o assessor técnico do Conass Fernando Avendanho também parabenizou Edinho Silva, e destacou que é preciso união do governo federal, estados e municípios para adotar ações semelhantes em todo o País.
Araraquara: exemplo de combate à Covid
Autor do requerimento que viabilizou a reunião, o deputado Alexandre Padilha lembrou que essa não foi a única ação do prefeito Edinho Silva no combate ao vírus. Entre outras ações, o prefeito de Araraquara criou comitês de monitoramento da Covid no município que acompanhou e isolou os infectados, expandiu o atendimento nas unidades de saúde, implantou bloqueio sanitário nas entradas da cidade e mapeou a incidência de casos no município.
O resultado foi que, em 2020, Araraquara apresentou o menor índice de letalidade por Covid entre as cidades com mais de 100 mil habitantes de São Paulo, e a terceira do Brasil.
“Tenho acompanhado a luta, a ousadia e a perseverança do prefeito Edinho Silva ao mobilizar toda a cidade no combate à Covid. Se todos os líderes tivessem adotado essas atitudes, não teríamos a média de mortes que temos no Brasil atualmente. Infelizmente vivemos no País uma tempestade perfeita em favor da morte: incentivo às aglomerações e o não uso de máscara. O prefeito Edinho teve que enfrentar o negacionismo de pessoas que queriam colocar o lucro acima da vida, em uma visão errada de que a retomada da economia pode acontecer sem o combate efetivo à pandemia”, disse o parlamentar.
Também participaram da audiência pública a assessora técnica do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde Walquíria Almeida; o professor e pesquisador do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Virologia do Departamento de Biologia Celular da UnB, Bergmann Ribeiro; e o representante do Conselho Nacional de Saúde, Arthur de Souza.
Héber Carvalho