Arlindo Chinaglia defendeu o discurso do presidente Lula, que denunciou as atrocidades contra os palestinos na Faixa de Gaza;
O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) defendeu hoje (20/2) o presidente Lula por denunciar as atrocidades do Estado de Israel em Gaza e criticou o “silêncio do mundo” diante da brutalidade cometida pelo governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu contra os palestinos.
“Alguém teria coragem de defender que depois de quatro meses o Estado de Israel matou 12 mil crianças e 9 mil mulheres e idosos?” , indagou o parlamentar, em discurso no plenário da Câmara. Ele informou que 400 mil casas e 320 escolas foram destruídas, 637 médicos alvejados e mais de 100 jornalistas assassinados por Israel.
Ele lembrou que Lula foi o primeiro presidente brasileiro a visitar Israel, em 2004, quando discursou no parlamento local e foi aplaudido de pé. Chinaglia observou que as críticas atuais à violência contra os palestinos são direcionadas ao governo israelense, não ao povo judeu. E acrescentou que Netanyahu não representa todo o povo de Israel e é de extrema direita.
Paz e cessar-fogo
Para embasar suas críticas ao Estado de Israel, Arlindo Chinaglia citou várias fontes, incluindo judeus pacifistas que lideram, na Europa e nos Estados Unidos, movimentos por um cessar-fogo e pela paz entre israelenses e palestinos, como fez o presidente Lula.
O Vaticano, por exemplo, lembrou o deputado, denunciou Israel pela carnificina em Gaza, enquanto o antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu Edgar Morin, de 102 anos, denunciou a violência do governo Israelense.
“Morin, que combateu na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo, se disse chocado e indignado” com os atuais dirigentes israelenses que se dizem “representantes dos descendentes de um povo perseguido por séculos por motivos religiosos ou raciais”.
Arlindo frisou que Morin reagiu à tentativa de Israel de querer colonizar um povo (os palestinos) e expulsá-los de suas terras. O intelectual francês ainda denunciou o silêncio do mundo, a começar pelos Estados Unidos, os países árabes e os europeus, “que se dizem defensores da cultura e dos direitos humanos”, conforme observou Chinaglia.
Cemitério de crianças
O deputado citou também o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) , que denunciou recentemente Gaza como “um cemitério de crianças”. Segundo Arlindo, vários movimentos pacifistas têm atuado nos EUA e Europa, muitos deles encabeçados por lideranças judaicas.
Ele criticou o governo dos EUA por, mais uma vez, ter vetado, nesta terça-feira (20), resolução do Conselho de Segurança da ONU em favor de um cessar-fogo em Gaza. “O mundo precisa reagir a esta carnificina”, disse Chinaglia.
Resoluções da ONU
O deputado recordou que a violência de Israel contra palestinos vem desde 1948. Naquela época, a Inglaterra tinha mandato sobre o território palestino e, na esteira do pós-Guerra, “doou as terras palestinas aos judeus”, frisou o deputado. Até hoje, os palestinos não têm um Estado, a despeito de resoluções da ONU.
Redação PT na Câmara