Chinaglia considera “gravíssimas” acusações sobre espionagem e alerta para agressão ao direito internacional

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O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara, ocupou a Tribuna nesta segunda-feira (2) para avaliar as acusações, veiculadas neste domingo pela TV Globo, de que a Agência Nacional de Segurança Americana (NSA) mantém  um esquema para espionar, “ entre outros, ninguém mais, ninguém menos, que a própria Presidenta da República, Dilma Rousseff, e seus principais assessores”.

A reportagem, acrescentou Chinaglia,  mostra documento que faria parte de uma apresentação interna da referida NSA e que apontam a Presidenta Dilma Rousseff como alvo direto de espionagem. “Considerando as palavras sensatas do Ministro da Justiça,  José Eduardo Cardozo, se confirmadas, as denúncias são gravíssimas e caracterizam uma clara violação à soberania nacional”.

Ao mesmo tempo, disse ainda Arlindo Chinaglia, “fere a  própria privacidade dos cidadãos brasileiros, norte-americanos e de todo o planeta, visto que no decorrer desta minha observação, em dado momento o programa de espionagem é traduzido como aquele que tem capacidade de encontrar a agulha no palheiro. Mais do que isso, os fatos são inadmissíveis e fogem completamente ao padrão de confiança esperado de uma parceria estratégica como é a do Brasil com os Estados, de resto do Brasil com todos os países, já que temos uma tradição de respeito às leis, uma tradição de buscar, pelos meios pacíficos, aquilo que é o melhor para a comunidade internacional. Lamento dizer: nem sempre é o caso dos Estados Unidos da América”.

“Ou seja, comparativamente, Brasil e Estados Unidos, nós temos uma tradição que supera em muito a tradição norte-americana em relação à legalidade, do respeito às regras, do respeito às leis e de uma vocação pacífica. Nós não estamos falando aqui do povo norte-americano, um povo valioso, um povo que sacrifica os seus filhos, como o Brasil também sacrifica os seus filhos de outras maneiras”, disse Chinaglia.

“Agora isso não pode ficar debaixo do tapete, como se inclusive nós, do Congresso Nacional, não tivéssemos que prestar contas, especialmente ao povo brasileiro, frente a essa verdadeira agressão ao direito internacional”, ressaltou o líder do governo.

Arlindo Chinaglia defendeu uma manifestação de repúdio. “Antes de qualquer outra medida, tem que haver uma manifestação  formal da Câmara dos Deputados e do Senado Federal repudiando essa violação da soberania nacional. Devemos envidar esforços no sentido de esclarecer, protestar, denunciar, evitar e buscar alianças com os parlamentos e governos do mundo inteiro, porque  queremos que as relações internacionais, que as relações bilaterais sejam conduzidas pela legalidade. Não podemos concordar que um único país, para supostamente defender a sua soberania — aqui não é o caso —, atinja a soberania de muitos outros países. Aí não seria uma relação de iguais, seria uma relação de subordinação, o que nós não aceitamos, porque isso é também da tradição do povo brasileiro da mesma maneira como é da nossa tradição sermos um povo pacifista”, enfatizou o Líder do governo.

Gizele Benitz

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