O presidente do diretório do PT de Minas Gerais, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), classificou de “absurda” e de “crime contra a história” a inclusão, na prova do Programa de Avaliação de Aprendizagem Escolar 2011, de uma questão que vinculava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao mensalão. O exame foi aplicado em fevereiro a alunos da rede estadual de ensino do Estado de Minas e provocou reação dos deputados que integram o bloco de oposição ao governador Antônio Anastasia (PSDB).
Os estudantes tinham que avaliar uma charge, intitulada de “operação abafa”, na qual Lula aparecia distribuindo dinheiro a supostos parlamentares. “A opção correta era a letra D. Segundo a resposta, aqueles que fizeram a luta para o sindicalismo, na política, criaram o mensalão”, conta indignado Lopes, que dispara contra o discurso do ex-governador tucano Aécio Neves na sua estreia como líder da oposição no Senado.
“O Aécio gosta de falar de aparelhamento do Estado. Mais do que o aparelhamento do Estado, isso é um crime contra a história. Como colocam uma frase dessa sem nenhuma comprovação? É uma utilização indevida do Estado para questão eleitoral, ideológica. Compromete uma luta fundamental para consolidar a democracia no Brasil, que foi o sindicalismo. Traça um paralelo entre a história dessas pessoas com algo ainda sob inquérito, que é o mensalão.
O deputado rebate o argumento da Secretaria de Estado de Educação que, apesar de admitir o equívoco, alegou que as provas são geradas automaticamente com base em um banco de dados com 56.707 itens “que automaticamente gera de forma aleatória provas a serem aplicadas pelos professores aos alunos do ensino médio da rede pública estadual”, conforme a assessoria de comunicação do órgão. O banco foi retirado do ar na quinta-feira (7).
“Quem faz a base? Alguém fez. A prova é impressa. Sabiam que esta pergunta estaria na avaliação. Acho que cabem mais explicações”, retrucou o deputado.
Lopes informou que acionou o setor jurídico do partido e vai submeter o caso à executiva do PT. “O mais grave é que o Aécio faz um discurso, dizendo que sempre que o governo tem que escolher entre o País e o PT, escolhe o PT”, voltou a atacar.
A charge, de autoria do cartunista Jean, teria sido adulterada, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. O desenho havia sido publicado no jornal originalmente em 2007 e referia-se a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão (CPMF). No lugar de cédulas, nas mãos de Lula apareciam papéis com as inscrições “cargos” e “favores”.
Sobre o assunto, a assessoria de comunicação informou que o caso está em apuração e que não foram ainda esclarecidos de onde a charge adulterada teria sido retirada e quem seria o responsável.
Site do PT de Minas Gerais
