O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, afirmou, nesta terça-feira (16), em São Paulo, em ato nacional das centrais sindicais, que os trabalhadores não aceitarão ser prejudicados por retrocessos como os que vêm sendo sinalizados pelo governo interino de Michel Temer, que prevê uma série e ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários.
A mobilização reuniu cerca de 6 mil pessoas de diferentes cidades do estado, que fecharam os dois sentidos da Avenida Paulista por pelo menos duas horas para protestar.
Foram chamados atos nas 27 capitais brasileiras no Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos, articulados por oito centrais sindicais: CUT, CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT.
“Assim como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) avisou que não pagaria o pato, os trabalhadores também não vão. Os trabalhadores querem seus empregos garantidos, não permitiremos que esse governo golpista retire nossos direitos. Se mexer com a classe trabalhadora, nós vamos parar o país”, disse Nobre.
“Não sabemos o que acontecerá semana que vem em Brasília (o Senado votará entre os dias 25 e 31 de agosto o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff), mas Temer tem sido vaiado em todas as partes do Brasil, em protestos contra suas medidas.”
“Somos contra o desmonte das leis trabalhistas, da aliança deste ranço conservador que quer retirar direitos dos trabalhadores”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “No ABC estamos em resistência contra o desmonte e na luta por política em defesa do emprego.”
Os trabalhadores são contra a reforma da Previdência proposta por Temer, contra o aumento da idade mínima para aposentadoria, pela manutenção dos direitos trabalhistas, contra a terceirização e não à proposta que os acordos individuais se sobreponham a CLT.
“Temer já fez anúncios que pretende mexer na Previdência e na CLT. Não vamos permitir e não há negociação. Não sentamos com governo golpista”, disse o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.
“Há um conluio do empresariado com deputados e senadores e o governo para retirar direitos e reduzir os custos do trabalho”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.
“Em um momento de maior desemprego o trabalhador está mais vulnerável. Aprovar leis como as que estão propondo significa reduzir direitos conquistados depois de muita luta.”
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, defendeu que a unidade das centrais sindicais é ainda mais importante neste momento.
“Estamos aqui na Paulista para dizer que não aceitamos o negociado sobre o legislado. Se continuar a retirada de direitos vamos parar esse país. Chega de ouvir o senhor Paulo Skaf presidente da Fiesp) falar que não vai pagar o pato. Queremos vê-lo pagando impostos sobre suas propriedades.”
“Conseguimos retomar bandeiras unitárias dos trabalhadores em relação a previdência, emprego e desenvolvimento do país. Conseguimos superar divergências políticas e partidárias”, disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
“O dia de hoje simboliza uma jornada. A classe trabalhadora precisa estar consciente do seu papel. O que esta por trás do discurso da modernidade do trabalho é rancor da Fiesp”, disse o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo.
“É uma campanha pelo interesse do trabalhador. Estou aqui e me pergunto: cadê o pato da Fiesp? Nós não vamos pagar o pato com a incompetência de uma presidência que quer roubar nossos direitos”, disse o secretário adjunto de Relações Internacionais da UGT, Wagner de Souza.
*Da Rede Brasil Atual
Foto: CUT
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