Após a ocupação do Ministério do Planejamento para pressionar o governo a rever os cortes de políticas para a agricultura familiar, organizações do campo irão intensificar a luta nos próximos dois dias em defesa de quem produz o alimento que vai à mesa dos brasileiros.
A Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contraf Brasil), ao lado de parceiros como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promovem ações nos estados e na capital federal para impedir que Executivo e Legislativo continuem a priorizar os grandes especuladores.
“Este governo e sua base de apoio fez a escolha de dar muito aos ricos e nada aos pobres. Amanhã, nos somaremos também aos quilombolas que também estão em mobilização pelo direito a suas terras para fazer uma ampla manifestação por aqueles que produzem. Chega de arrocho a quem sustenta o país, chega de ataques e golpes”, apontou a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, que participou da ocupação o ministério.
Em Brasília, uma Comissão formada pela Diretoria da CONTAG e pelos presidentes e secretários das 27 federações e os mais de 4 mil sindicatos seguirão conversando e entregando aos parlamentares um documento dos Movimentos do Campo com propostas de emendas para o orçamento 2018.
Pelos números divulgados pelos manifestantes, a Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) terá o seu orçamento geral reduzido de R$ 1,03 bilhão neste ano para R$ 790 milhões em 2018. Os recursos para Habitação cairão de R$ 6,9 bilhões em 2017 para R$ 0,00 em 2018. Os recursos para a obtenção de terras para a reforma agrária serão reduzidos drasticamente de R$ 257 milhões para R$ 34,2 milhões.
“Não teremos reforma agrária no Brasil. Ter esse orçamento e acabar com a reforma agrária é a mesma coisa”, critica o secretário de Política Agrária da Contag, Elias Borges.
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