O motivo que trouxe de volta para o Partido dos Trabalhadores o deputado Celso Pansera (PT-RJ) foi a convergência de ideias. Em plenário nesta quarta-feira (21), ele reforçou que foi um conjunto de fatores o levou a tomar a decisão de trocar o MDB pelo PT. “Mas o primeiro foi a constatação, no dia a dia desta Câmara, da convergência de ideias, do caminho que tenho feito e fiz na votação da maioria das propostas, como, por exemplo, a minha oposição à medida provisória de mudança do Ensino Médio, ao projeto de lei do senador tucano José Serra, que mudou todo o sistema de concessão e de partilha de petróleo.”
Nessa convergência de pensamentos com os da Bancada do PT, Pansera citou ainda os debates sobre a Reforma Trabalhista, a precarização das relações de trabalho e a destruição da Justiça do Trabalho, decorrente das mudanças nessa legislação, ao debate da Reforma da Previdência. “Nos colocamos contra o tempo todo, dizendo que esse governo (de Michel Temer) não tinha legitimidade e que essa Reforma da Previdência vinha em má hora e castigava a população que mais precisa do apoio do poder público”.
Pansera explicou ainda que, constatadas essas convergências políticas com o PT, com a oposição como um todo — o PSB, o PCdoB, o PDT —, ele passou a analisar a filiação num partido com esse campo de ideias. “Caminhamos para o PT pelo reconhecimento que este partido — como os demais que eu citei aqui, como o PSOL também — é um partido do campo operário e popular. Mas o PT conseguiu, ao longo dos seus 38 anos de existência, se transformar em poder real, em alternativa real de poder, em um partido operário, popular, com influência de massas — um objetivo das classes trabalhadoras do campo e da cidade há muito tempo perseguido no Brasil, o qual obtiveram através do PT” reforçou.
O deputado observou que retorna ao PT no momento de uma conjuntura extremamente radicalizada entre a esquerda e a direita, entre os dois polos da política brasileira, na qual o PMDB, que era o partido ao qual estava filiado, “não soube se manter como partido de eixo, de equilíbrio da política brasileira”.
O PMDB, criticou Pansera, ao assumir a Ponte para o Futuro, assumiu um programa “excessivamente liberalizante, um programa de direita extremamente conservador, que outrora já foi defendido por outros partidos, e pendeu a balança da política, aqui neste Congresso, para direita, para uma ação massivamente de maioria conservadora”.
E conclui afirmando que a sua volta ao PT, é para ajudar nessa trincheira do campo, operária e popular, aqui na Câmara, fazendo a defesa das propostas dos trabalhadores. “Particularmente neste ano de 2018, queremos fazer a campanha do Lula, o retorno do presidente Lula a comandar este País — o único presidente que tem condições de reunificar este País em cima de um programa de justiça social que lute para retomar a distribuição de renda, que foi começado no governo dele, em 2003, e que foi paralisado pelo impeachment em 2015”.
Vânia Rodrigues
Foto: Antonio Dias/Agência Câmara