Não é fácil escrever sobre a caravana Lula Pelo Brasil sem que a emoção nos envolva. Durante quase 20 dias acompanhando o presidente Lula pelo Nordeste vimos mais que um ex-presidente que mudou a vida de milhões de brasileiros. O contato com o povo sofrido em cada cidade em que passava nos fez perceber um presidente que humanizou as relações de poder, que exerce em toda plenitude a palavra empatia.
Esses dois elementos podem responder à pergunta que muitos fazem: Por que Lula é tão amado? A resposta que nós ouvimos de centenas de vozes que se acotovelavam nas estradas e praças para ver Luiz Inácio Lula da Silva: “Porque ele é gente como a gente”, “ele sabe do nosso sofrimento”, “ele fez por nós o que nenhum outro fez”, “Lula é o homem do Brasil”.
O estadista, de fisionomia humilde, jeito brejeiro, que traz consigo o espírito lutador – que não mede esforços para estar junto do seu povo -, se emocionou ao ver lágrimas de gratidão e esperança correrem pela face sofrida de Marias, Clarices, Joãos e Josés, em mais de 60 cidades pelas quais ele passou na primeira caravana pelo Nordeste.
Nas suas andanças Lula ouviu e contou casos. Um dos mais marcantes e que levou o ex-presidente e todos nós às lagrimas foi na cidade de Altos, interior da Bahia. Lula lembrou que em 1982 havia estado em Altos, na primeira campanha do Partido dos Trabalhadores. E que, nesse dia, fazia muito calor na cidade, então, comprou laranjas e de cima da caminhonete preparada para o comício ele chupava as laranjas e jogava fora o bagaço, quando viu crianças correndo e disputando o bagaço da laranja para sugar o resto do néctar da fruta. Esta, segundo o ex-presidente, foi a imagem que o marcou para o resto da vida e que o moveu para trabalhar e mudar a vida dos nordestinos.
Olhar no olho do povo, ouvir suas angústias e aspirações levaram Lula a atravessar de barco o Rio São Francisco e a percorrer mais de 4 mil quilômetros de estrada dentro de um ônibus, revisitando cerca de 25 cidades dos estados Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
Nesse olhar de esperança encontrado em cada parada da caravana é que o ex-presidente pretende resgatar o seu legado, cuja marca está impressa na transposição do Rio São Francisco, que está matando a sede do povo e levando robustez para a pequena agricultura que dá subsistência e alavanca o comércio local; nos programas Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Cisternas, ProUni, Universidade Para Todos, entre outros.
No caminhar da Caravana da Esperança se ouviu, em Quixeré, no Ceará, por exemplo, a voz do cabeleireiro Daniel Nascimento, 24 anos, que reflete os anseios de milhares de jovens espalhados pelo Brasil afora: “Ele foi o melhor que o Brasil já teve, que olhou para o pobre. A juventude está sem esperança. As pessoas hoje estão com o pé atrás com os políticos. Lula poderia reacender a chama que a gente tinha”.
Lula é isso, no auge dos seus 72 anos que se completam na próxima sexta-feira (27) ele, mais uma vez, nos ensina a não esmorecer na luta e a reascender a esperança que ainda se encontra dentro de cada um de nós. O novo pode surgir com aquele que nunca virou as costas para seu povo, para o seu País. A nova jornada em busca de um Brasil inclusivo, cidadão e justo reinicia na Caravana Lula por Minas Gerais. Avante!
Benildes Rodrigues