Candidatura de Lula ao Nobel da Paz será formalizada até janeiro

A campanha internacional para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja contemplado com o Prêmio Nobel da Paz em 2019 está em etapa de formalização. Desde a última semana, o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, que recebeu o prêmio em 1980, tem trabalhado para reunir assinaturas de indivíduos que se encaixam nos critérios estipulados pela organização a fim de oficializar a candidatura. A ideia é que eles assinem um formulário, na página do Comitê Norueguês do Nobel, até 31 de janeiro do ano que vem. Ao todo, 400 mil pessoas aderiram à campanha desde o ano passado.

Esquivel e os demais apoiadores consideram que Lula foi um lutador incansável contra a fome e a pobreza, e que sua trajetória o transformou em um líder mundial pela paz e pela dignidade humana.

De acordo com o estatuto da Fundação Nobel, uma candidatura válida para o Prêmio Nobel da Paz requer assinatura de membros de assembleias nacionais e governos nacionais (membros do gabinete ou ministros) de estados soberanos, bem como atuais chefes de Estado; membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia e do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia; membros do Institut de Droit International; professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião; reitores universitários e diretores de universidades; diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa; pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz; membros da diretoria principal de organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz; membros, ex-membros e ex-assessores do Comitê Norueguês do Nobel.

As propostas dos atuais membros do Comitê Norueguês serão apresentadas até a primeira reunião do Comitê, que deve acontecer após 1º de fevereiro.

Esquivel divulgou a campanha na plataforma Change.org e nas redes sociais, deixando um recado aos apoiadores da candidatura: “Faça a indicação, eu já fiz a minha, não há tempo a perder na luta contra a fome. Devemos proteger os mais vulneráveis ​​e reconhecer aqueles que dão tudo, inclusive sua liberdade, para construir a Paz”.

No Brasil, a candidatura tem o respaldo de milhares de pessoas, incluindo personagens da vida política brasileira que não fizeram parte dos governos petistas ou que não estiveram ao lado de Lula durante toda sua trajetória. É o caso, por exemplo, do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso (1995-1998; 1999), que assinou o formulário do Comitê Norueguês e enfatizando a política de relações exteriores do governo Lula – especialmente a intermediação feita pelo Brasil no conflito Estados Unidos e Irã.

Durante os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010, a pobreza caiu 50,64% no Brasil – conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2011, a partir de resultados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cronograma

As propostas que cumprirem os requisitos do Comitê serão analisadas no início do ano por uma Comissão especial, composta por cinco acadêmicos, eleitos de três em três anos. Até março, as academias definem uma lista final de cinco nomes (ou grupo de nomes – também chamada de short list), dos quais um será escolhido até o final de setembro. O nome do vencedor é revelado durante a primeira semana de outubro.

 

Brasil de Fato

 

 

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