Campinas vai receber Mesa Redonda para discutir a crise da falta da água

AnaPcantareira

“O Governo do Estado de São Paulo precisa ter a coragem de dizer que estamos num momento delicado, provavelmente o mais grave da história de 40 anos do Sistema Cantareira, fato que tem prejudicado a qualidade de vida de duas das mais importantes regiões do Brasil: Campinas e a Metropolitana de São Paulo”, disse a deputada Ana Perugini (PT-SP), ao defender a realização da Mesa Redonda como forma de dar transparência ao tema do Saneamento e Abastecimento em São Paulo. O evento está previsto para o dia 22 de outubro, na Câmara Municipal de Campinas, às 19 h.

De 2007 a 2014, a deputada Ana, então na Assembleia Legislativa, foi coordenadora da Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Por várias oportunidades ela denunciou o iminente apagão da água no Estado. Agora, na Câmara Federal, como integrante das Comissões da Crise Hídrica, e de Minas e Energia, a deputada afirma que “é hora de dizer à população paulista o que se passa no sistema de abastecimento de duas das mais importantes Regiões Metropolitanas do Brasil”.

Agir com transparência é a forma mais adequada de lidar com o problema, no entendimento da deputada Ana. “O Governo do Estado de São Paulo e a Sabesp precisam estabelecer o diálogo com a população. Conscientizar a todos os segmentos sociais. Acima de tudo, economizar água pelo bem comum”, ressaltou.

Às margens das represas destaca-se a ausência de mata ciliar. Lamentável, frisa a deputada. Por delegação da Agência Nacional das Águas (ANA), a nova outorga do Sistema Cantareira, a ser operada pela Sabesp, deverá ser assinada até o dia 31 de outubro.

O Governo do Estado pede um contrato de 30 anos, com o que não concordam o Comitê e o Consórcio das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), baseados na Região Administrativa de Campinas. “Tenho a mesma convicção: outorga de, no máximo 10 anos, que, obrigatoriamente deve ser revisada no espaço de cinco anos, para uma gestão que também deve ser compartilhada pelo Governo do Estado, via Sabesp, com os municípios das bacias hidrográficas da Região de Campinas”, pontua a deputada.

Em condições normais, o Sistema Cantareira, composto por um conjunto de represas localizadas na Região de Bragança Paulista, forneceu, ao longo de anos, 31 mil litros de água por segundo para o abastecimento de cerca de nove milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Outros cinco mil litros de água por segundo foram colocados à disposição da Região de Campinas. Com a crise da falta de água, que se arrasta desde o início de 2014, São Paulo hoje recebe algo em torno de 14 mil litros de água por segundo, enquanto a Região de Campinas, apenas 3 mil litros de água por segundo.

Assessoria Parlamentar

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