O vice-líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), defendeu hoje (1º) a abertura imediata do processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro e cobrou uma decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “O que não falta são crimes comprovados, e o principal é o contra a saúde pública”, comentou o deputado.
O superpedido de impeachment protocolado na quarta-feira na Câmara, em ato que reuniu parlamentares da esquerda à direita, contém mais de vinte crimes cometidos por Bolsonaro, mas mesmo assim ainda não há sinalização, por parte do presidente da Câmara, de que o pedido será acatado. Reginaldo Lopes frisou que o impeachment de Dilma Rousseff foi aberto “sem nenhuma comprovação de crime de responsabilidade”.
O deputado questionou o poder discricionário do presidente da Câmara de aceitar ou não pedido de impeachment. Para Reginaldo Lopes, “se há embasamento técnico e, se, de fato, há suspeita de crimes, cabe ao Parlamento, numa Comissão Especial, avaliar, e cabe ao Plenário, de maneira soberana, se posicionar em relação ao impeachment do Presidente da República”.
Crise sanitária, econômica e social
Ele frisou que o governo neofascista Bolsonaro fez uma opção de ser aliado da pandemia e da Covid-19, porque negou em todos momentos a ciência, as políticas de distanciamento social e a vacinação da população. Acrescentou que em decorrência da incompetência e da cartilha ultraliberal, Bolsonaro é responsável por uma gigantesca crise econômica e social que tem deixado mais de 100 milhões de brasileiros sem renda.
Ele observou que Bolsonaro cometeu, de acordo com o Código Penal, vários crimes contra a saúde individual e coletiva, resultando na morte, até agora, de mais de meio milhão de brasileiros. “A ampla maioria das mortes poderia ter sido evitada. Nós estamos falando de vidas. Irreparáveis. Quem vai reparar os familiares? As vítimas?”, comentou Lopes.
Contaminação em massa da população
O deputado recordou que desde o início da pandemia Bolsonaro se colocou como negacionista, enfrentando a ciência, combatendo as medidas de para evitar a disseminação da Covid-19, como o isolamento social e o uso de máscaras, e ainda propôs uma tese absurda, a da imunidade de rebanho, com a contaminação em massa da população.
“A imunidade de rebanho só é possível com a vacinação em massa, e, portanto, num primeiro momento, ele tinha a obrigação, como Chefe de Estado, de defender o distanciamento; num segundo momento, de financiar, de organizar, de patrocinar as pesquisas e de comprar as vacinas”, disse o vice-líder do PT.
Entretanto, Bolsonaro negou vários acordos comerciais com empresas produtoras de vacinas, não respondia a e-mails de laboratórios como a Pfizer e ainda promoveu, segundo Reginaldo Lopes “ perseguição e guerra ideológica de um governo de fanáticos, incompetente, irresponsável contra a vacina Sputnik, do Fundo Soberano Russo”.
Presidente genocida
Ele qualificou Bolsonaro como genocida e diretamente responsável pelo desastroso desempenho da economia brasileira, que já vinha ocorrendo antes mesmo da pandemia. Ele rebateu a versão governo de que esteja havendo recuperação da economia.
Para Reginaldo Lopes, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alardeado pelo governo “é criativo, é mais contábil” por causa do aumento das commodities como grãos, minérios e carnes, segmentos que sequer pagam impostos. São setores, como avaliou o parlamentar, que não multiplicam nem produzem riquezas, já que “não transferem para o povo brasileiro riqueza para multiplicar em políticas públicas”.
“Se compararmos o que este Governo, com seu fanatismo e sua incompetência, fez com a desvalorização da nossa moeda, o real, veremos que o nosso PIB teve uma queda de 25%”, comentou.
Cortes de direitos
O deputado mineiro recordou que desde o golpe que derrubou Dilma Rousseff em 2016, foi adotada uma política contrária aos interesses da classe trabalhadora, num processo aprofundado por Bolsonaro. Reginaldo Lopes citou como exemplo a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários e o fim da valorização do salário mínimo, resultando na volta da fome aos lares brasileiros e em um contingente de 100 milhões de pessoas sem renda.
Para ele, só com a saída de Bolsonaro será possível implementar uma política econômica que gere empregos e renda. “Que país vai desenvolver, vai se tornar uma nação sem potencializar o seu mercado interno de consumo, apostar só na exportação, da qual sequer cobramos impostos ou agregamos valor?”, indagou.
Na análise de Reginaldo Lopes, a solução é uma política de reindustrialização que multiplique as riquezas o Brasil. Ele ponderou que os efeitos da política econômica ultraliberal e elitista de Bolsonaro foram agravados com a pandemia, que não foi enfrentada como devia ser diante da orientação genocida do capitão-presidente.
Redação PT na Câmara