Os deputados da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Rubens Otoni (GO), Nelson Pelegrino (BA) e Nilto Tatto (SP) afirmaram na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) desta quinta-feira (13), que se a CCJ não aprovar o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que recomenda a continuidade da investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo por corrupção passiva contra o presidente ilegítimo Michel Temer, a comissão estará obstruindo a justiça.
“Qual é o nosso papel? Não podemos cumprir o papel de obstrução da justiça porque, na prática, ao não darmos a autorização para que o STF leve adiante a investigação, estaremos obstruindo a justiça”, alertou Rubens Otoni.
Para ele, a comissão não pode seguir o exemplo do governo, que obstruiu a justiça ao substituir membros da CCJ de várias bancadas, na tentativa de impedir que a autorização solicitada pelo STF se efetive.
“Por entender o papel constitucional e a responsabilidade que temos diante do povo, de dar guarida aos esclarecimentos, o nosso voto é pela admissibilidade da denúncia”, reafirmou Otoni.
Observou o deputado Nelson Pelegrino que há materialidade nos fatos. Para ele, existem elementos suficientes para a continuidade da investigação contra Temer. “A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) tem uma série de elementos que autorizam ir adiante o processo investigativo e é essa discussão que fazemos nesta comissão. Eu penso que sim. Há elementos comprobatórios para a abertura. Não há nenhuma dúvida”, considerou Pelegrino.
“A denúncia da PGR, diferentemente do que aconteceu em Curitiba, apresenta provas concretas; tem mala de dinheiro, tem gravações dos principais atores desse processo, o que demonstra que esta Casa não pode se calar e tem que cumprir seu papel e autorizar o STF a continuar o processo de investigação”, observou o deputado Nilto Tatto.
Benildes Rodrigues
Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados