Depois de oito meses perdendo vagas, a indústria de transformação voltou a contratar no mês de janeiro, acrescentando ao mercado 27.417 postos de trabalho. Entre os destaques estão a indústria calçadista, com 7554 novos empregos, mecânica, com 3968, a têxtil, com 3451 e a de borracha, com 3292 empregos. Até a indústria de celulose, que perdeu 483 vagas, teve o melhor desempenho em três meses. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgado no site da instituição.
O relatório, segundo o ministro Manoel Dias, mostra que há motivos para manter o otimismo com relação à geração de empregos no País em 2015. “As políticas que temos desenvolvido, na área social, com programas como o Minha Casa Minha Vida, como o Bolsa Família, elas não serão interrompidas. Os investimentos em infraestrutura não serão interrompidos e muitos dos investimentos previstos por empresas privadas não serão cancelados. Isso vai continuar ajudando o País e gerando empregos”, argumentou. Dias lembrou que, além disso, os ajustes que estão sendo feitos nas contas públicas, também terão impacto positivo no País.
“Tenho que lembrar que o mundo não superou a crise iniciada em 2008. A OIT fala que ainda serão necessárias 100 milhões de vagas para que o mundo volte a ter o mesmo número de empregados de antes da crise”, complementou.
Em janeiro, no Brasil, houve redução no número de vagas, mas em boa parte dos setores, há questões sazonais que explicam a situação. O País registrou no período 1.600.094 admissões e 1681.868 desligamentos. O saldo ficou negativo em 81774 postos de trabalho. “Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas”, explicou Dias.
O recuo do emprego no comércio, por exemplo, originou-se da redução no Comércio Varejista (-97.887 postos de trabalho ou – 1,25%) e da relativa estabilidade no Comércio Atacadista (+ 87postos de trabalho ou + 0,01%). Na área de serviços, houve perdas no setor de alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e no de hospedagem. No geral, a queda do emprego no setor serviços foi de 7.141 postos ou -0,04%. Houve diminuição de postos de trabalho em dois dos seis segmentos, que o integram : Serviços de Transportes e Comunicações ( -9.995 postos ou -0,43%) e Serviços de Alojamento e Alimentação (- 7.270 postos ou – 0,12%). A área de Serviços Médicos e Odontológicos teve desempenho positivo ( +3.992 postos ou +0,21%), juntamente com a de Serviços de Comércio e Administração de Imóveis ( +2.959 postos ou +0,06%), Ensino ( + 2.038 postos ou +0,13%) e Instituições Financeiras (+1.135 postos ou + 0,17%).
Agricultura com desempenho positivo – A agricultura teve resultado positivo e também apresentou melhora em relação aos últimos cinco meses. Foram + 9.428 postos ou + 0,61%. O desempenho também foi melhor que o registrado em 2014 e 2013: + 3.745 postos ou + 0,24% e janeiro de 2013 -622 postos.
No recorte geográfico duas regiões expandiram o nível de emprego: Sul: +29.688 postos ou +0,40%, em função da elevação nos três estados e Centro-Oeste: +1.208 postos ou + 0,04%, devido ao aumento do emprego no Mato Grosso (+6.316 postos ou +0,95%), cujo saldo superou a queda ocorrida nas demais Unidades da Federação da região. As regiões com desempenhos negativos foram: Sudeste: – 69.911 postos ou -0,32%, redução, principalmente atribuída ao desempenho negativo do Rio de Janeiro (- 40.658 postos); Região Nordeste: -32.011 postos ou -0,47%, devido à presença de fatores sazonais, com todas as nove UFs, que compõem a região apresentando redução no nível de emprego e Região Norte: – 10.748 postos ou -0,55%.
Entre as Unidades da Federação, apenas quatro delas elevaram o nível de emprego: Santa Catarina: +114.637 postos ou +0,72%; Rio Grande do Sul +8.338 postos ou + 0,31%; Paraná: +6.713 postos ou +0,25% e Mato Grosso: + 6.316 postos ou +0.95%. A maior redução no emprego ocorreu no estado do Rio de Janeiro (-40.658 postos ou -1,04%), devido particularmente à queda expressiva do setor de Comércio e Serviços.
Assessoria de Imprensa/Ministério do Trabalho