Busca pelos corpos da chacina no Parque Nacional do Iguaçu terá continuidade

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Durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, nesta quarta-feira (21), a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República garantiu a continuidade da busca dos corpos das vítimas da chacina ocorrida no Parque Nacional do Iguaçu, em 1974, durante o regime militar. A retomada das buscas está programada para o segundo semestre deste ano, segundo Rafael Schincariol, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SDH.

Lilian Ruggia, irmã do argentino Enrique Ruggia, assassinado no episódio, prestou um depoimento emocionante. “Se não tornarmos público o que passamos, nosso sofrimento será em vão e poderá se repetir. Poderão sofrer nossos netos, nossos filhos. Por isso estou aqui com muita ansiedade, para que possamos impulsionar a investigação deste caso e a busca pelos corpos”, relatou Lilian.

O presidente da comissão, deputado Assis do Couto (PT-PR), avaliou positivamente a audiência e sugeriu a elaboração de um protocolo de cooperação entre a o governo, a CDHM e a Comissão Nacional da Verdade, para que as apurações do caso sejam intensificadas. “Precisamos ter objetivos claros, e inclusive recursos disponíveis para que possamos dar continuidade a estas buscas”, explicou o parlamentar.

A atividade também contou com a participação de Rosa Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade, de Ricardo Vizentin, presidente do ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque, e da jornalista Juliana Dal Piva, que entrevistou o coronel Paulo Malhães, recentemente assassinado e que vinha colaborando com a CNV, inclusive revelando ter participado da missão que resultou na chacina. Além destes, os pesquisadores Antonio Marcos Myskiw, professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e Aluizio Palmar, ambos profundos conhecedores do caso.

Vários dos convidados acreditam que a chacina foi parte da Operação Condor, uma espécie de consórcio das ditaduras de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai para perseguir militantes políticos, independentemente de fronteiras.

Assessoria Parlamentar – CDHM

Foto: Patrícia Soransso/CDHM

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