Brasil vai conceder 100 mil bolsas e terá R$ 3,16 bilhões para formar cientistas

gleize_D1Até 2014 o Brasil pretende conceder até 100 mil bolsas de intercâmbio para estudantes e pesquisadores em modalidades que vão do nível médio ao pós-doutorado. Desse total, 75 mil ficarão a cargo do governo federal e 25 mil, da iniciativa privada. A meta é incentivar a inovação tecnológica do País e o registro de patentes.

A ação é parte do programa Ciência sem Fronteiras, que foi lançando nesta terça-feira (26) durante a 38ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em Brasília, pela presidenta Dilma Rousseff.

O programa vai aumentar a presença de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de excelência no exterior e fomentar o conhecimento inovador dos trabalhadores para impulsionar a competitividade da indústria nacional.

Para isso, o governo federal vai investir R$ 3,16 bilhões em 35 mil bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e em outras 40 mil da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Durante a cerimônia, a presidenta Dilma frisou que o programa fará o Brasil atingir outro patamar na área de ciência, tecnologia e inovação e que esses estudantes, ao retornarem ao País, formarão uma nova base do pensamento educacional brasileiro.

Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, a preocupação inicial é favorecer áreas de conhecimento consideradas prioritárias, como as de engenharia, ciências exatas, biológicas e da saúde, além da computação e tecnologia da informação.

Para o deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), relator da comissão que debate o novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020), a iniciativa do governo é acertada e necessária. “Precisamos urgentemente fortalecer a nossa capacidade de inovação e formação científica e tecnológica para que o País tenha condições de manter o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável para as próximas gerações. A geração de riqueza deve se reverter em melhoria da qualidade de vida da população e para isso são fundamentais a educação, a ciência e a tecnologia”, afirmou Vanhoni.

“Os EUA, a China e a Índia formam, em média, de 150 mil a 200 mil engenheiros por ano, enquanto o Brasil forma apenas 28 mil. Isso é uma diferença grande porque o desenvolvimento da base tecnológica depende muito destes profissionais. O programa lançado pelo governo trabalha nessa demanda e está situado no contexto da reforma da educação e da elaboração do novo Plano Nacional de Educação”, complementou o deputado.

Atualmente, apesar de ocupar a 13ª posição no ranking mundial de produção científica, o Brasil está em 47ª lugar no de inovação.

As áreas selecionadas pelo programa são Ciências da Saúde, Ciências da Vida e Engenharia e Tecnologias. Pelo programa, 27.100 bolsas serão destinadas à graduação; 24.600 para doutorado de um ano; 9.790 para doutorado integral; e 8.900 para pós-doutorado. Além disso, 2.660 vagas serão reservadas para estágio sênior de seis meses; 700 delas para treinamento de especialistas de empresas no exterior; 860 para jovens cientistas de grande talento; e 390 para pesquisadores visitantes especiais no Brasil. O governo estima que a iniciativa privada participe do programa com outras 25 mil bolsas de estudo, totalizando 100 mil.


Mérito

Os bolsistas serão escolhidos por mérito. A seleção será feita a partir do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), gerenciado pelo Ministério da Educação, e pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aos alunos que atingirem nota mínima de 600 pontos.

Neste momento, estão aptos a concorrerem às bolsas 124 mil alunos em todos os 27 estados. Serão contemplados os estudantes com produção científica diferenciada, alunos premiados em olimpíadas científicas e que já tenham completado no mínimo 40% e no máximo 80% dos créditos necessários para obtenção do diploma. Os estudantes e pós-doutores do Ciência Sem Fronteiras terão o seu treinamento nas melhores instituições disponíveis, prioritariamente entre as 50 mais bem classificadas nos rankings da Times Higher Education e QS World University Rankings.

Programa atenderá candidatos em quatro modalidades

O programa Ciências Sem Fronteiras oferecerá oportunidades a um público variado, ao estabelecer níveis de graduação na concessão de bolsas. Veja a seguir:

Bolsa Brasil Graduação – Destinado aos alunos com melhor aproveitamento nos canais de seleção estipulados, a Bolsa Brasil Graduação terá duração de um ano, sendo que entre seis e nove meses deverão ser cumpridos no meio acadêmico e o restante compensado em Empresas ou Centros de Pesquisa e Desenvolvimento. A bolsa inclui passagem aérea, bolsa mensal, seguro-saúde, auxílio instalação, taxas de uso de infra-estrutura e, em parcerias com empresas, excepcionalmente pode incluir taxas escolares. As universidades selecionadas deverão aproveitar também alunos premiados em olimpíadas científicas, além de recrutar os melhores estudantes de iniciação científica e tecnológica. Em todos os casos, cada instituição deve selecionar os bolsistas por chamadas públicas competitivas, abertas aos estudantes elegíveis. Além disso, universidades brasileiras devem reconhecer os créditos feitos no exterior.

Bolsa Brasil Jovem Cientistas de grande talento no Brasil – Com duração de até três anos, a Bolsa Brasil Jovem cientistas de grande talento no Brasil é destinada a jovens pesquisadores com produção científica ou tecnológica diferenciada para desenvolver atividades com um grupo de pesquisas no Brasil ou em empresas. Serão elegíveis jovens cientistas talentosos em início de carreira, prioritariamente brasileiros que tenham se destacado qualitativamente e quantitativamente pela produção científica ou tecnológica. Será estimulada a alocação destes bolsistas em todas as regiões do País, especialmente através de convênios com as fundações estaduais de apoio a pesquisa. A instituição de destino no Brasil deve oferecer a infraestrutura necessária ao desenvolvimento do projeto.

Pesquisador Visitante Especial no Brasil – Serão elegíveis grandes lideranças científicas internacionais, prioritariamente brasileiros radicados no exterior para atuarem como Pesquisador Visitante Especial no Brasil durante três anos. O pesquisador assume o compromisso de vir ao País com regularidade previamente definida (dois meses a cada ano) e a receber estudantes e pesquisadores brasileiros no seu laboratório no exterior. Também será preciso manter uma associação com grupo no Brasil que ficará responsável pelo gerenciamento do projeto. Entre os benefícios estão a Bolsa de Visitante Especial quando está no Brasil, o custo de uma viagem anual para o pesquisador e recursos de custeio para a pesquisa.

Treinamento de Especialistas e Engenheiros de Empresas no Exterior – Serão escolhidos especialistas e engenheiros de empresas ou Instituições de Ciência e Tecnologia que necessitam absorver ou aperfeiçoar técnicas específicas. Devem necessariamente ter sido aceito para as melhores universidades do mundo, ou principais institutos de pesquisa básica ou tecnológica reconhecidos internacionalmente. O período de treinamento será de até 12 meses.

Equipe Informes com Portal Brasil

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