A balança comercial brasileira terminou 2015 com saldo positivo de US$ 19,681 bilhões. O resultado reflete exportações de US$ 191,134 bilhões e importações de US$ 171,453 bilhões. Os dados foram divulgados, na segunda-feira (4), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Foi o melhor resultado desde 2011, quando o superávit chegou a US$ 29,792 bilhões. O superávit comercial de 2015 superou, inclusive, as projeções do governo, que vinha apostando em saldo positivo de US$ 15 bilhões para o ano.
Dados referentes exclusivamente ao mês de dezembro de 2015 revelam superávit de US$ 6,240 bilhões, com exportações de US$ 16,783 bilhões e importações de US$ 10,543 bilhões.
Ao apresentar os dados, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, reafirmou que para 2016 o governo projeta saldo positivo em torno de US$ 35 bilhões.
O desempenho de 2015 é bem melhor que o verificado em 2014, quando houve saldo negativo (déficit) de US$ 4,054 bilhões, e mostra que a balança comercial está em um ciclo favorável, influenciada pelo dólar mais alto em comparação ao real.
Com a cotação mais alta do dólar em relação à moeda brasileira, as vendas feitas no exterior rendem mais divisas, ajudando na melhora da economia e no desempenho das contas externas (trocas comerciais e financeiras diversas entre o Brasil e outros países).
“O comércio exterior sempre foi importante para a economia brasileira”, disse Godinho. “Nosso desafio, agora, com a oportunidade dada pela desvalorização do câmbio e pela decisão do governo brasileiro de incentivar as exportações, é fazer com que o comércio exterior seja uma estratégia central não só para o governo, mas também para o setor privado. Quem exporta é mais competitivo à luz da realidade do mundo”, destacou o secretário.
Em 2015, o governo identificou 1.088 novos exportadores. Com isso, o número total de empresas exportadoras subiu a 20.322. Em 2014, esse número havia sido de 19.234. É uma alta de 5,6%.
O superávit comercial de US$ 6,240 bilhões em dezembro foi o melhor resultado mensal obtido desde 1989. O desempenho foi obtido em parte devido à exportação de uma plataforma de petróleo e de aviões, itens com alto valor e que ajudaram a impulsionar as vendas brasileiras ao exterior.
Em todo o ano, as exportações somaram US$ 191,134 bilhões. Os destaques foram as grandes vendas externas de milho, aviões, veículos de carga, automóveis, ouro, óleo de soja e celulose. O Brasil também registrou recorde nos volumes exportados de minério de ferro, soja e de óleos brutos de petróleos, mas a receita obtida com a venda desses itens não subiu devido aos valores em queda desses produtos no mercado internacional.
Devido aos baixos preços das chamadas commodities agrícolas e minerais, mesmo com o Brasil exportando volumes recordes, as exportações totais de 2015 mostraram queda de 14,1% em relação a 2014.
Já as importações ficaram em US$ 171,453 bilhões no ano passado, com redução de 14,1% em relação a 2014.
A queda nas compras externas foi uma consequência de uma economia interna mais contida. Houve diminuição nas importações de todas as categorias de produtos: matérias-primas, máquinas e equipamentos, bens intermediários e bens de consumo.
Para o ano que começa, o governo aposta em um saldo comercial bem maior, estimado em cerca de US$ 35 bilhões. Segundo secretário de Comércio Exterior, as exportações deste novo ano vão ajudar na recuperação da economia brasileira, em movimento apoiado pelo novo patamar do dólar. Isso porque o governo conta com uma cotação da moeda norte-americana ao longo de 2016 acima da média de R$ 3,34 em 2015.
O dólar mais alto tem a vantagem de elevar as receitas obtidas com as exportações, fazendo com que o País retenha mais divisas vindas de outros países.
Godinho disse que as vantagens da cotação mais alta do dólar serão observadas principalmente nas exportações de produtos industrializados, como automóveis, veículos de carga, aviões, óleos combustíveis, plataformas de petróleo e açúcar refinado.
“Trabalhamos com a expectativa de aumento das exportações, especialmente de manufaturados (produtos industrializados)”, disse.
Nesse cenário mais positivo traçado para 2016, o governo conta com aumento da safra brasileira de grãos e expectativa de estabilidade dos preços de commodities agrícolas.
Fonte: Portal Brasil, com informações do MDIC