Brasil tem recorde de mortes e Bolsonaro diz que não adianta ficar em casa chorando

No dia em que o Brasil registrou o maior número de mortes pela Covid-19 em 24 horas, Jair Bolsonaro (ex-PSL) voltou a desdenhar da política de isolamento social e se mostrou, mais uma vez, insensível com a morte dos brasileiros. “Não adianta ficar em casa chorando, não vai chegar a lugar nenhum”, disse o presidente criticando a medida recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a transmissão do vírus.

Numa live com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na noite desta quinta-feira (11), Bolsonaro defendeu a volta ao trabalho e mencionou um spray nasal contra a doença, apesar da eficácia do medicamento contra o vírus ainda não ter sido  confirmada por testes científicos.

Bolsonaro voltou a defender ainda o tratamento off label, fora da bula, e o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19, medicamento que não tem eficácia contra a doença, segundo os cientistas, e comparou com as vacinas, dizendo ainda não haver “certificado” para os imunizantes, o que é mentira.

“Voltar a trabalhar porque sem a economia não tem Brasil”, disse o presidente.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro é contra o isolamento social, aparece em aglomerações e em eventos sem máscaras, não para de defender remédios sem eficácia contra a doença e ainda desdenha da vacina.

Recorde de mortes no Brasil

De quarta-feira 10) para quinta-feira (11), o Brasil computou 1.452 novos óbitos causados pela Covid-19, o maior índice registrado em 2021 e o terceiro maior de toda a pandemia. Com os novos óbitos computados nas últimas 24 horas, o país chegou a 236.397 mortes causadas pelo coronavírus desde o início da pandemia, segundo levantamento do consórcio de imprensa.

O maior número de mortes pela doença em 2021 havia sido verificado em 28 de janeiro (1.439). A marca desta quinta (11) só não foi maior do que as registradas em 29 de julho (1.554) e 4 de junho (1.470).

A média móvel de mortes dos últimos sete dias foi de 1.073 — é a maior registrada neste ano. Este é o segundo maior período em que o Brasil apresenta média de mortes acima de mil em toda a pandemia. Ao todo, já são 22 dias, uma sequência mais longa ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias).

Já em relação aos casos confirmados da doença, em 24 horas o Brasil registrou 53.993 casos, elevando o total para 9.716.298.

Seis estados estão com a média de mortes em alta. Em estabilidade, temos nesta quinta o Distrito Federal e 14 estados. Seis estados têm queda na média de mortes.

Pazuello promete vacinação em massa em 2021

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta (11) que a vacinação em massa da população brasileira será em 2021. A fala aconteceu em sessão de que o ministro participou para dar explicações sobre a vacinação aos senadores. Pazuello está sob pressão de senadores que tentam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“Nós vamos vacinar o país em 2021, 50% até junho e 50% até dezembro da população vacinável. Esse é nosso desafio e é o que estamos buscando e vamos fazer”, disse o ministro.

A declaração de Pazuello ocorre no mesmo dia em que a prefeitura do Rio de Janeiro divulgou ter doses até o sábado, enquanto Salvador mudou o cronograma para evitar a interrupção da campanha por falta de imunizantes. Na terça-feira, Niterói e São Gonçalo, ambas no Rio de Janeiro, paralisaram a vacinação.

Pazuello e o presidente da República, Jair Bolsonaro, foram criticados por senadores sobre a condução da crise sanitária e chamados de genocidas.

O Brasil tem atualmente 6 milhões de doses disponíveis para vacinação de grupos de risco e profissionais de saúde. Falta vacinas, insumos e matérias-primas para a população brasileira, que é de cerca de 211,8 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) de 2020.

Pessoas vacinadas

Cerca de 4.584.338 pessoas receberam até agora a primeira dose da vacina. Na quarta, eram 4.321.678 vacinados. O total de vacinados com a primeira dose chegou a 2,16% da população.

Nesta quarta (10), 108.735 pessoas receberam a segunda dose em Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. O número está aumentando, mas o país precisa acelerar esse processo com mais vacinas.

Nesta quinta, o Distrito Federal e 23 estados atualizaram dados. Os cinco que mais aplicaram a primeira dose até agora foram Amazonas, com 4,16%; Distrito Federal, 3,6%; Roraima, 3,26%; Mato Grosso do Sul, 2,77%; e São Paulo, com 2,66% da população vacinada.

Redação da CUT

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