Brasil tem recorde de 209 mil empregos formais em fevereiro

empregosO Brasil registrou a criação de 209.425 empregos formais em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O número é recorde para o mês em toda a série, que se inicia em 1992. O total está acima do registrado no mesmo mês do ano passado quando, por conta da crise econômica, foram criadas apenas 9.179 vagas. Em janeiro, foram criadas 181.419 vagas, valor recorde para o mês. Nos dois primeiros meses do ano foram criados 390.844 postos de trabalho no país.

Na última segunda-feira, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já havia adiantado que o desempenho em fevereiro havia sido recorde, com mais de 205 mil vagas abertas. Nos últimos 12 meses foram criados 1,47 milhão de empregos. O ministro atribuiu o bom resultado de fevereiro ao Carnaval e férias, que estimularam as contratações no setor de serviços, e ao desempenho da indústria e da construção civil. “A indústria teve um comportamento atípico porque os estoques acabaram, conspirando a favor. E a construção civil é consequência do [programa] Minha Casa, Minha Vida que já começa a executar”, afirmou. Lupi disse esperar ainda que o mês de março também tenha geração recorde de empregos por conta da recuperação da economia nos últimos meses.

Para o líder da bancada do PT, deputado Fernando Ferro (PE), os dados confirmam o acerto das medidas implementadas pelo governo Lula. “O papel do Estado no governo do presidente Lula foi decisivo para essa retomada de crescimento e superação dos momentos de dificuldade decorrentes da grande crise mundial vivida em 2009”, disse. “Esses indicadores de emprego são a constatação da retomada do crescimento econômico e de um desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) que, provavelmente, estará beirando os 6% neste ano, conforme alguns indicativos de crescimento”, ressaltou o líder do PT.

Na avaliação do deputado Eudes Xavier (PT-CE), só é possível gerar emprego formal quando há desenvolvimento econômico. “A política do presidente Lula enfrentou a crise ao lado de setores que determinam o emprego, como o metal-mecânico, a construção civil e o setor de comércio e serviços. O governo fez a redução do IPI e criou mais casas populares. Assim, conseguiu manter a economia em evidência e o Brasil agora registra esses dados positivos do emprego”, disse.

Setores –
A criação de empregos foi liderada pelo setor de serviços, com saldo de 85.607.Em seguida veio a indústria, com a criação de 63.024 postos de trabalho. A construção civil registrou a geração de 34.735 vagas. Esses três setores apresentaram desempenho recorde para o período. O setor de agropecuária teve saldo positivo de 3.976 postos.

Todas as regiões apresentaram elevação no nível de emprego, com as regiões Sul, Norte e Nordeste apresentando resultados recorde para o mês. Na região Sudeste foram gerados 120.562, seguida pela Sul, com 49.539 postos, Centro-Oeste, com 26.058, Norte, com 11.120 e Nordeste, com 2.146. O Estado de São Paulo foi o que mais criou vagas, com saldo de 80.662. Em segundo veio Minas Gerais, com 27.503 postos e o Rio Grande do Sul ficou em terceiro com 19.718.

40 horas –
Na Câmara, onde participou de audiência pública na Comissão de Trabalho antes de anunciar os números do Caged, o ministro Carlos Lupi afirmou que apoia a luta dos trabalhadores pela jornada de 40 horas e rebateu a ideia de que a redução de carga horária possa levar empresas à falência. “O mundo está evoluindo. Vários países têm uma carga horária de trabalho de 36 horas, 37 horas. Então, quando dizem que em nenhum lugar do mundo se aplica esse tipo de escala, não faz sentido. Sobre empresas quebrarem, sabemos que também não é verdade. Por que o Brasil não pode evoluir? Meu posicionamento é a favor das 40 horas”, disse.

Segundo ele, o Ministério do Trabalho está aberto ao diálogo e os trabalhadores estão sinalizando com negociações, “mas não pode haver um discurso radical (do empresariado)”.

Juros – Na audiência, Lupi afirmou ainda que o Brasil deverá gerar cerca de 2 milhões de empregos em 2010 e criticou a alta taxa de juros, o que, segundo disse, poderá ser um empecilho para atingir essa meta. “Respeito o Banco Central, mas os juros altos só favorecem a especulação e a quem não investe. Os juros altos são a única ameaça para que não se cumpra a meta dos 2 milhões de empregos”, destacou.

Aos parlamentares, Lupi pediu apoio para assegurar as verbas do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), que vai preparar jovens de 18 a 29 anos para o mercado de trabalho. “Precisamos focar mais o mercado de trabalho. Hoje temos 55 milhões de jovens e colocar profissionalmente 300 mil ou 400 mil é pouco. E isso só se resolve com recursos”, disse.

Na audiência, a deputada Emília Fernandes (PT-RS) pediu apoio para a votação do PL 6653/09 cria mecanismos para garantir a igualdade entre mulheres e homens.”A mulher continua ganhando menos que o homem, o que é tema superado em outros países. Uma legislação para igualdade no trabalho é importante para acelerar o processo no Brasil”, defendeu.

Gabriela Mascarenhas

 

 

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