O novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos recebeu elogios do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). “O Brasil vai além da recomendação atual da Organização Mundial da Saúde”, afirmou Georgiana Braga-Orillard, coordenadora do Unaids no Brasil. “Novamente o Brasil prova sua liderança na luta contra a Aids”, diz ela.
Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os países oferecessem tratamento a pacientes com Aids que apresentassem contagem de linfócitos CD4 acima de 500 células/mm³. A contagem destas células de defesa do organismo serve de referencial para avaliar o funcionamento do sistema imunológico dos pacientes.
Entre os avanços do novo protocolo está a previsão de início do tratamento tão logo seja confirmada a presença do vírus HIV no organismo. A expectativa é de que, com a medida, 100 mil novos pacientes sejam incorporados. Vários estudos demonstram que o uso precoce de antirretrovirais reduz em 96% a taxa de transmissão do HIV.
“Estamos retomando uma posição de vanguarda na resposta à epidemia de aids no mundo. Atualmente apenas dois países – Estados Unidos e França – recomendam o início precoce do tratamento”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Após passar 30 dias submetido à consulta pública por meio da internet, o protocolo começou a ser discutido também em uma série de audiências públicas promovidas pelo Ministério da Saúde. A nova diretriz apresenta novas propostas para aperfeiçoar o atendimento e tratamento contra a aids em adultos no País, e será finalizado ainda este ano, entre elas o tratamento precoce com antirretrovirais.
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destaca que o Brasil será o primeiro país em desenvolvimento a adotar a política de tratamento como prevenção. “Com isso, o Brasil retoma a liderança global na luta contra a aids ”, acrescenta.
Antes mesmo da finalização do novo protocolo, o Ministério da Saúde já havia expandido o uso de antirretroviral para casais sorodiscordantes.
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