O vice-presidente da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, deputado Fernando Ferro (PT-PE), afirmou que o Brasil pode ensinar outros países a lidar com a questão das mudanças climáticas, principalmente reduzir a emissão de carbono na atmosfera, ao invés de “ouvir lições” de outros países. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (9), durante audiência pública no colegiado. O tema do debate foi a atualização do Plano Nacional sobre Mudança Climática do País.
Segundo o deputado Fernando Ferro, na área da redução na emissão de gases causadores de efeito estufa, um dos principais agentes de mudanças no clima, o País vem cumprindo a sua responsabilidade. “Podemos ver esse sucesso nos leilões e nos projetos realizados no setor das fontes renováveis de energia. O Brasil também investe forte na produção de combustíveis como o etanol e na geração de energia limpa, o que também contribui para reduzir as emissões de carbono”, explicou Ferro.
Durante a discussão, a Diretora da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Karen Cope, garantiu que a atualização do Plano sai ainda este ano. “Em outubro, o Grupo Executivo do governo que estuda o assunto deve oferecer a versão final de atualização do Plano. E até o final do ano o texto final estará pronto”, afirmou.
Apesar de defender a atualização do Plano Nacional de Mudança Climática, Fernando Ferro fez um alerta para que esse ajuste seja adequado à realidade atual da economia mundial. “O mundo não é o mesmo de 5, 10 anos atrás, quando as perspectivas eram as melhores possíveis. Na Europa, por exemplo, onde alguns países se encontram em situação de colapso econômico e pré-convulsão social, não há sinal de recuperação no curto prazo”, disse.
Fernando Ferro destacou ainda que apesar da situação de relativa tranquilidade econômica, o país deve tratar o assunto com responsabilidade para não reduzir as emissões à custa da diminuição da atividade econômica. “Precisamos de mais inovação tecnológica para tornar o processo industrial mais limpo do ponto de vista ambiental”, defendeu. O deputado pediu mais investimentos em projetos de energia solar. “Notadamente na região do semiárido nordestino”, destacou.
Governo – O governo federal também tem investido em outros programas de prevenção às mudanças climáticas. A Rede Clima, iniciativa do ministério da Ciência e Tecnologia, fomenta pesquisas e estudos sobre o assunto, além de integrar dezenas de instituições e pesquisadores. O resultado desse trabalho contribuiu, entre outras ações, para políticas nas áreas da biodiversidade e ecossistema, desastres naturais, energias renováveis, oceanos e recursos hídricos.
“E o governo vai lançar ainda este ano um programa para projetar cenários das mudanças climáticas no país, a partir de dados já existentes, permitindo a avalição de impactos futuros no PIB do País, na agricultura, geração de empregos e etc.”, explicou o Coordenador-Geral de Mudanças Globais do Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia, Gustavo Luedmann.
Héber Carvalho