Antonio Cruz/Agência Brasil
O Brasil real difere completamente daquele forjado pela oposição e pela grande mídia do País: a moeda brasileira foi a que mais se valorizou nos últimos três meses (8,01%) se comparada a outras 14 moedas; o mercado do País é atualmente um dos que mais atraem investimento externo direto, posicionando o Brasil entre a terceira e a quinta colocação a cada ano; a indústria brasileira foi uma das que mais cresceram (2,3%) entre os países do G20 (quinta colocação) no ano passado; o aumento do investimento (6,3%) em 2014, a partir da política de incentivos do governo, firmou o País na segunda colocação em todo o mundo (perdeu apenas para a China); e as reservas brasileiras, que já somam US$ 379 bilhões nos últimos 12 meses, revelam a solidez da economia brasileira e colocam o Brasil em quinto lugar no mundo em volume de reservas.
Este foi o panorama traçado nesta quarta-feira (14) pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) durante audiência pública conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para detalhar, entre outros pontos, as perspectivas da economia do País. Em linhas gerais, os dados repassados por Mantega demonstram os fundamentos sólidos da economia brasileira que, mesmo num cenário de crise mundial, desde 2008, conseguiu crescer e manter investimentos, diferentemente da maioria dos países. “As perspectivas são de uma melhora gradual da nossa economia nos próximos anos, em sintonia com a recuperação da economia mundial”, pontuou.
Mantega lembrou que, nos últimos cinco anos, a economia mundial foi acometida pela maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos, mas que ela já está sendo superada. “Porém, da superação a um novo ciclo de crescimento, isso não é imediato, há uma transição que eu chamaria de dolorosa para todos os países envolvidos nisso”, explicou. O ministro fez uma comparação do nível de crescimento do Brasil em 2014 (2,3%) com o de outros países, mostrando que os Estados Unidos (1,9%) e países europeus tiveram não apenas crescimentos tímidos, mas crescimentos negativos (Espanha e Itália), sem contar a desaceleração no crescimento de países como China e Índia.
Ele anunciou ainda que, até o fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará um novo índice de crescimento para 2013. “O IBGE fez uma revisão da produção industrial de 2013. Anteriormente, era 1,2% e agora passou para 2,3%. Portanto, isso vai alterar o desempenho do PIB, mas não sabemos ainda para quanto vamos. O ano de 2013 foi, certamente, o ano da virada”, detalhou o ministro.
Sobre os investimentos externos diretos, Mantega afirmou que mesmo num período de maior turbulência o Brasil não deixou de receber esses recursos. Ele demonstrou que, desde 2011, eles ultrapassaram a marca de US$ 60 bilhões ao ano. Em 12 meses, com o fluxo que já entrou este ano no País, o Brasil já tem anualizado US$ 65 bilhões. “O Brasil tem sido um dos maiores receptores de investimentos externos diretos do mundo”, explicou Mantega. Segundo ele, um dos motivos dessa atração é justamente a solidez da economia.
O deputado José Guimarães (PT-CE) questionou o ministro se o cenário descrito revela, de fato, um Brasil em crise, como faz crer a oposição. “O País tem a menor taxa de desemprego se comparado ao restante do mundo; conseguiu acumular quase US$ 400 bilhões em reservas; está com a inflação controlada… Esse é um país em crise?”, perguntou. “Qualquer economista sério desse País sabe que não vivemos um descontrole inflacionário nem muito menos um descontrole das contas públicas”, completou Guimarães.
“Não se pode avaliar a economia como a oposição faz, que retira o contexto mundial da análise dos resultados da economia brasileira. Dentro da maior crise mundial dos últimos anos, o Brasil amplia suas reservas, aumenta seus empregos, cresce acima da média da maioria dos países e atrai cada vez mais investidores externos. Esses investidores viriam para o Brasil se o País estivesse na iminência de quebrar? Aliás, de quebrar o país, a oposição entende, porque no governo da oposição o Brasil quebrou duas vezes e foi ao FMI pegar dinheiro emprestado”, analisou Henrique Fontana (PT-RS).
O deputado Edson Santos (PT-RJ) pontuou que o Brasil, diferentemente de vários países, não viveu um momento de desemprego e de restrições aos trabalhadores por conta da crise, e exibe hoje índice de desemprego menor que o dos EUA e dos países europeus. “Os dados do emprego em termos absolutos mostram que foram gerados 20 milhões de empregos nos últimos 12 anos. Apesar de a oposição buscar levar intranquilidade à população, a realidade tem demonstrado exatamente o contrário”, disse.
Apresentação do ministro Guido Mantega – Perspectivas da Economia Brasileira