“Fazer um chamamento à sociedade para que ela diga o Brasil que ela quer é a primeira demonstração de que o PT evoluiu e a esquerda evoluiu para compreender que o país não é nosso. Nós que somos do país”. A afirmação foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (21), durante o lançamento da plataforma Brasil que o Povo Quer.
O evento de lançamento oficial da plataforma foi realizado com um debate sobre Fome e Miséria no Brasil. Também participaram do ato a presidenta do PT Gleisi Hoffmann (PT-PR), a ex-ministra Tereza Campello e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), líder do PT, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), além de representantes de movimentos sociais.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em coletiva à imprensa que “essa consulta que nós vamos fazer através da plataforma, de um programa para o Brasil, não visa apenas 2018, não é só um programa de governo, mas é a construção de um projeto para o Brasil, uma visão de futuro para o Brasil, e vai nos dar também ideias em 2018”.
Lula ainda defendeu que “quem tem que sair com um programa não somos nós, uma pequena parte que acha que é vanguarda, mas abrir as portas para que a sociedade possa dizer que Brasil ela deseja, o que é prioritário. Para que a gente possa dizer em alto e bom som o que estamos fazendo e o que o povo brasileiro deseja fazer”.
“Essa nova metodologia do PT fazer programa de governo desafiando a sociedade a participar, acho que é uma inovação extraordinária. Acho que vamos colher muita coisa boa. Não vamos ter medo do que o povo vai falar”, acrescentou o ex-presidente.
Márcio Pochmann apresentou a plataforma, que faz parte de um projeto mais amplo, incluindo também debates presenciais transmitidos ao vivo com lideranças políticas e especialistas, além de um relatório final que será entregue ao Diretório Nacional do PT.
“Esse é um projeto para escutar a maior riqueza desse país, que é a diversidade. Diversidade de gênero, diversidade de religiões, diversidade de cultura, diversidades regionais”, afirmou Pochmann destacando o papel da plataforma para “viabilizar a participação popular”.
“Dentro do espirito de escutar essas diversidades desse país, que está em uma das piores recessões que já viveu, temos condições de construir uma nova proposta. Abrindo o partindo para a sociedade, porque assim entendemos que temos condições de sair das condições dramáticas nas quais nos encontramos, explicou Pochmann.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann demonstrou ao vivo como se utiliza a plataforma, na qual é possível fazer contribuições sobre o tema em debate e avaliar as contribuições alheias com os termos “concordo”, “discordo” ou pular.
A ex-ministra Tereza Campello apresentou o Mapa da Fome da ONU, destacando que o país saiu deste mapa com os governos de Lula e Dilma Rousseff e agora retorna com o golpista Michel Temer. “Conseguimos em 11 anos reduzir em 82% a população que passava fome”, destacou ela.
Campello ainda explicou como o conjunto de políticas dos governos petistas contribuiu para as transformações do país. “Muita gente acha que foi só o Bolsa Família, mas não foi só isso. Porque conseguimos fazer isso? Primero, colocamos a questão da fome como prioridade”.
“Como diz o Lula, colocamos o pobre no orçamento. Alertamos para questão da fome, criamos o ministério com fome no nome, era o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Construímos um conjunto de políticas que valorizou o trabalhador: valorização do salário mínimo, merenda escolar, bolsa família, fortalecimento da produção de alimentos”, explicou a ex-ministra.
Ela também destacou que o governo Temer tem tanto descaso com a população mais carente que até retirou “fome” do Ministério. “Se fosse só isso: aumento do desemprego, acabou programa de cisternas, um conjunto de ações que coloca o Brasil com ameaça de voltar ao mapa da fome”.
“Tem que discutir desigualdade. Estão tentando desqualificar o que fizemos dizendo que nosso governo não diminuiu desigualdade. Desigualdade é falta de acesso a água, falta de acesso a saneamento. Geladeira não é só consumo, é segurança alimentar”.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, afirmou que “esse é um canal de diálogo com o povo. Esse é nosso diferencial, de ouvir o que o povo precisa para a gente seguir”.
“Estou muito incomodada com esse pessoal que fala que o Brasil não dá certo. Nós precisamos dizer para a população que vivemos em um país que deu certo, um país que pensa no povo. Essa iniciativa é importante para que a gente ouça o que o povo quer, mas principalmente para que a gente faça o povo refletir que é possível viver em um país que dá certo”.
O vereador Eduardo Suplicy relembrou que “todos os candidatos a presidente em 2014, até Aécio, disseram que iam continuar e até aumentar o Bolsa Família. Até nosso candidato a vice-presidente dizia abraçar essa causa e agora está retrocedendo. O Banco Mundial, o Ipea, todos enaltecem o Bolsa Família e pessoas de todo o mundo vem ao Brasil estudar e aplicar programas semelhantes em seus países”.
Benedita da Silva destacou que a fome já foi erradicada no país e agora pode retornar. “Lembro quando visitamos o Betinho e ele falou que quem tem fome tem pressa. Falo com emoção porque, talvez muitos não saibam o que é fome, mas ela não deixa você pensar, ela faz com que você se submeta, que perca a esperança. A fome tira seus sonhos, por menor que eles sejam. Quando lula se comprometeu a combater a fome, sabia que se ele não fizesse mais nada, e ele fez muito mais, nós já estaríamos contemplados como negros, pobres”.
Da Redação da Agência PT de Notícias