Morreu na madrugada desta sexta-feira (12), aos 98 anos, o escritor e sociólogo Antonio Candido de Mello e Souza. O mais influente crítico literário do Brasil no século XX estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo comunicado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, o velório será realizado nesta sexta no Hospital Albert Einstein, das 9h às 17h.
Atuando ainda como professor, pensador social e militante político, Antônio Cândido revolucionou a maneira de ver a cultura nacional e de interpretar o Brasil, participando de maneira ímpar da formação de sua identidade. Vasta e diversificada, sua obra é adotada e respeitada nas principais universidades do Brasil.
Por sua obra, ele venceu quatro vezes o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, por “Formação da literatura brasileira” (1960), “Os parceiros do Rio Bonito” (1965), de poesias, e “Brigada ligeira e outros escritos” (1993), reunindo ensaios. Em 1966, recebeu o Jabuti de personalidade do ano. Em 1998, venceu o prêmio Camões.
Paralelo às atividades literárias, Candido militou no Partido Socialista Brasileiro e participou do Grupo Radical de Ação Popular, integrado também por Paulo Emílio Salles Gomes, Germinal Feijó, Paulo Zingg e Antônio Costa Correia, editando um jornal clandestino, de oposição ao governo Getúlio Vargas, chamado Resistência. Posteriormente, participou do processo de fundação do Partido dos Trabalhadores, onde, entre outras funções, foi presidente do 1º Conselho Curador da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981, antecessora da Fundação Perseu Abramo.
Em seu twitter, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) lamentou o falecimento de Antonio Cândido: “Partiu Antonio Cândido! Triste, mas há um grande legado – Literatura é uma necessidade universal experimentada em todas as sociedades”, escreveu o deputado.
A deputada Ana Perugini (PT-SP) fez uma homenagem e manifestou o seu respeito e saudade citando em seu twitter uma das frases marcantes de Antonio Cândido: “Temos que entender que tempo não é dinheiro (…) Tempo é o tecido da nossa vida”.
E a deputada Margarida Salomão (PT-MG) escreveu na sua conta no twitter: “Luto pela imensurável perda de Antonio Cândido. O mundo perde uma grande mente e o Brasil fica sem um grande cidadão!”
Também no seu twitter, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) destacou a tristeza com que recebeu a notícia o falecimento do professor Cândido, “companheiro de tantas jornadas e lutas”. E a deputada Maria do Rosário (PT-RS) escreveu: “O melhor da humanidade existe na síntese de algumas pessoas. Assim é Antonio Candido que deixa ao mundo um legado de cultura e humanidade”.
Natural do Rio de Janeiro, Antonio Candido de Mello e Souza era filho do médico Aristides Candido de Mello e Souza e de Clarisse Tolentino de Mello e Souza. Foi casado com a filósofa, crítica literária e ensaísta Gilda de Mello e Souza (1919-2005), com quem teve três filhas, Ana Luísa, Laura e Marina.
PT na Câmara com agências