“As recomendações da ONU não são regras internacionais, fazem parte das leis internas do país. Ao não respeitá-las, o país perde sua credibilidade internacional”. A afirmação é do ex-diretor da Unesco é ex-chefe da Anistia Internacional Pierre Sané, um dos convidados do seminário internacional “Ameaças à democracia e a Ordem Multipolar”, que acontece nesta sexta-feira (14) em São Paulo.
Segundo ele, o Brasil erra ao ignorar a participação no tratado e negar o caráter vinculante dessa recomendação, e arrisca ter a imagem arranhada por anos. Pierre Sané comparou o legado de Lula para a democracia nos países em desenvolvimento com o de Nelson Mandela. “O modelo de governo para os humildes tem duas referências: Nelson Mandela e Lula”
Sané afirmou ainda que a interferência do poder judiciário nas eleições brasileiras tem impacto direto na democracia ainda jovem de muitos países africanos. “Meu país [Senegal], importou duas coisas do Brasil: uma boa, o Bolsa Família para combater a pobreza e uma ruim: a judicialização da política”.
“O que ocorre no Brasil hoje é um alerta para nós na África porque, se isso funcionar aqui, muitos países africanos vão usar o poder judiciário para manipular as escolhas eleitorais”, completou.
Da Agência PT de notícias