O deputado Fernando Ferro (PT-PE) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (11) para alertar sobre a crise econômica que se alastra pelo mundo e denunciar a perversidade da concentração de renda que permeia a sociedade brasileira e mundial. Ele disse que a continuidade do processo de desenvolvimento do Brasil é o grande desafio que está colocado nesse contexto.
“Nós não somos uma ilha. Somos um País que está inserido internacionalmente dentro de uma crise econômica que reflete na nossa economia e na vida da população. É impressionante como essa crise promoveu, em escala planetária, o aumento da desigualdade social”, constatou Fernando Ferro.
Em seu discurso, o petista lembrou que cerca de 5% do PIB do Brasil encontra-se nas mãos de 15 famílias. Para ele, esse é um dado que, por si só, revela o grau de concentração de renda no País. Ele relatou ainda que economias como a dos Estados Unidos expõem um contingente de 46 milhões de pessoas na pobreza. Fernando Ferro analisou que esse capitalismo hegemônico aumentou de 1% para 9% a renda dos mais ricos nos últimos 35 anos.
“Na escala planetária, os 85 mais ricos do mundo — vejam que dado estarrecedor — têm metade do PIB mundial. Quer dizer, 85 pessoas têm o equivalente a 3,5 bilhões de habitantes da Terra. É esse modelo que está na raiz dos problemas que estamos vivendo. E aqui fica a se cobrar que o Brasil siga esse receituário”, refutou o petista. “O caminho que nós optamos fez crescer a economia e incluiu socialmente milhões de pessoas. Portanto, nós não podemos e não devemos aceitar esse receituário da oposição”.
Fernando Ferro questionou a lógica da oposição. “Qual é a retórica? Quando você gasta com saúde, educação, Bolsa Família, chama-se despesas públicas. Quando você trabalha para pagar juros, chama-se responsabilidade fiscal. Essa é a essência da diferença de como lidar com vidas humanas”, enfatizou.
Mídia – Fernando Ferro fez questão de frisar que tudo isso conta com a conivência da mídia brasileira. “O Brasil está submetido a um esquema de mídia atrasada, aos coronéis da mídia. Precisamos privatizar a mídia brasileira”, defendeu. De acordo o deputado, algumas revistas e emissoras de televisões vivem de recursos do Estado brasileiro. Para ele, este é mais um tema sobre o qual a sociedade precisa se debruçar.
Benildes Rodrigues