O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao discorrer sobre a política monetária e as metas inflacionárias à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (15), destacou a atração e a confiança que a economia brasileira exerce sobre o capital estrangeiro. Ele disse que o Brasil continua atraindo “montantes significativos” de capitais internacionais na forma de investimentos estrangeiros diretos (IED), apesar da retração econômica causada pela crise mundial eclodida em 2008. O IED projetado pelo BC para 2015 gira em torno de US$ 65 bilhões.
Tombini acredita que esse volume de investimento estrangeiro projetado pelo BC será suficiente para cobrir o déficit de transações correntes de 2015. Para ele, essa tendência positiva se acentuará no próximo ano. “O ajuste no setor externo tem beneficiado os investimentos estrangeiros e contribuirá para a retomada da economia, sem que ocorra desequilíbrio nas contas externas. O ajuste é fundamental para assegurar as conquistas sociais e honrar os compromissos”, afirmou o presidente do BC.
Dados da Agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) revelam que, em 2012, o Brasil foi o 4º maior destino de IED no mundo, com US$ 65,3 bilhões de entradas. Em 2013, o País atraiu US$ 64 bilhões, mas ficou em 7º lugar no ranking mundial. Em 2014 o Brasil subiu para a 6ª posição no ranking, tendo recebido US$ 62 bilhões. Em 2015, a Unctad prevê um crescimento de 11% no volume de IED no mundo e o Brasil permanecerá entre os seis maiores destinos globais.
Para o deputado e economista Enio Verri (PT-PR) a pujança brasileira revelada pela Unctad comprova a solidez do mercado brasileiro. Ele observou que para comprar uma empresa já existente no Brasil, o investidor analisa a eficácia do empreendimento em atender o mercado local e internacional. Ou, como bem lembrou o deputado, para abrir uma nova empresa, o empresário não olha a conjuntura, mas a estrutura e os fundamentos macroeconômicos do país.
“No Brasil, esses fundamentos estão sólidos e apontam que a política de ajuste que estamos fazendo está no caminho certo. No final do ano que vem e início de 2017, estaremos inseridos nos parâmetros da competitividade internacional. O IED é a melhor prova de que estamos no caminho certo e de que os fundamentos macroeconômicos estão sendo respeitados; o futuro ainda é a economia brasileira”, salientou Enio Verri.
Há também, conforme lembrou o deputado, uma relação direta com distribuição de renda verificada nos últimos 13 anos dos governos do PT. Ele fez questão de frisar que nos anos 90 o contingente populacional do Brasil era substancial, mas, segundo ele, não atraia investidores estrangeiros. Ele explicou que isso não acontecia porque, naquele período, como hoje, o que atrai uma empresa não é a quantidade de população, mas o mercado consumidor pujante. O governo FHC/ PSDB nunca estimulou a ampliação do mercado interno.
“Por que uma empresa vem se instalar no Brasil hoje? Por que não se instalava antes? Não se instalava na década de 90 porque nesse período havia população muito grande, mas não havia consumidores. A partir de 2003, com Lula, nós passamos a ter mais que uma população, passamos a ter cidadãos consumidores”, lembrou Enio Verri.
Benildes Rodrigues com agências