A economia brasileira se recupera com rapidez dos efeitos causados pela crise financeira internacional. A inflação está sob controle, os juros e o desemprego têm trajetória de queda, a concessão de crédito e as reservas internacionais alcançam os níveis pré-crise. As informações são do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que participa nesta quinta-feira de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento. “O Brasil está entre os líderes do processo de recuperação econômica no mundo”, afirmou.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses até agosto de 2009 é de 4,36% – ligeiramente inferior ao centro da meta, que é de 4,5%. A expectativa do mercado é de uma inflação de 4,3% em 2009. “Em 2008, o Brasil entregou à sociedade uma das únicas inflações dentro da meta entre os países mais importantes”, afirmou Meirelles.
O presidente do Banco Central destacou ainda a situação da taxa de juros, que também apresenta trajetória descendente. O mercado estima uma taxa de juros de 8,71% para 180 dias e de 9,18% para 360 dias. A taxa de juros real, descontadas as expectativas de inflação, é de 4,9% – a mais baixa desde janeiro de 2003.
O desemprego também caiu no Brasil. A taxa alcançou 8% em junho deste ano, a menor desde 2004 para esse mês. O desemprego bateu os 9,7% nos Estados Unidos e os 9,5% na Área do Euro. No Japão, a taxa em junho de 2009 foi de 5,4%.
A concessão de crédito subiu. Entre janeiro e setembro de 2008, antes da crise financeira internacional, eram emprestados R$ 7,1 bilhões por dia. Em junho de 2009, a concessão atingiu a média diária de R$ 7,3 bilhões. “Na média de março da julho de 2009, estamos ao redor da média pré-crise”, afirmou Henrique Meirelles.
O presidente do Banco Central destacou ainda o crescimento das reservas internacionais. Em agosto de 2008, o País acumulava 205,1 bilhões de dólares. No dia 11 de setembro de 2009, mesmo após a crise financeira, as reservas saltaram para o patamar recorde de 221,4 bilhões de dólares. “Outros países em desenvolvimento tiveram dispêndios de reservas muito grandes durante a crise”, lembrou.
Henrique Meirelles ressaltou durante a audiência pública as medidas adotadas pelo Banco Central para combater os efeitos da crise. A instituição injetou liquidez em moeda nacional no mercado, com a redução de depósitos compulsórios (R$ 99,8 bilhões) e o auxílio a pequenos bancos (R$ 41,8 bilhões). Outra medida foi a injeção de liquidez em moeda estrangeira, com os leilões a exportadores (US$ 24,4 bilhões), a venda de dólares no mercado à vista (US$ 14,5 bilhões) e os leilões de swaps cambiais (US$ 33 bilhões).
Leia aqui o documento “Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações”, apresentado por Henrique Meirelles na Comissão Mista de Orçamento.
Dante Accioly