O Brasil caminha para fechar o ano de 2017 com a pior taxa de investimento dos últimos 15 anos. Com arrecadação fraca, baixo consumo e um Orçamento engessado pela Emenda Constitucional 95, que limitou os gastos públicos por 20 anos, o governo ilegítimo de Temer cortou investimentos para tentar cumprir a meta de déficit fiscal de R$ 139 bilhões. Com isso, obras importantes de infraestrutura estão paradas. Faltam recursos, por exemplo, para terminar obras como a transposição do rio São Francisco e a ponte sobre o rio Guaíba (RS).
Segundo levantamentos feitos por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo pesquisador do Ibre/FGV Manoel Pires, divulgados pela imprensa nessa segunda-feira (24), a taxa de investimento do governo federal nesse ano atingiu seu nível mais baixo e deve fechar abaixo do que foi verificado em 2003, quando atingiu 0,3% do PIB. Ou seja, com os golpista no poder, o Brasil regrediu 15 anos.
O cenário econômico desolador do País foi reforçado pelo diagnóstico do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Ele afirmou nesta segunda-feira (24) que o “Brasil é um País sem investimentos”. E explicou que a taxa atual de investimento mal cobre a depreciação dos ativos. Castro também demonstrou preocupação com o fato de os investimentos públicos estarem em queda livre, devido à necessidade de se cortar custos para cumprir a meta fiscal.
Na avaliação do deputado Bohn Gass (RS), líder da Bancada do PT na Comissão Mista de Orçamento (CMO), a equipe econômica do governo golpista de Temer errou desde o início da gestão ao limitar os gastos públicos à inflação do ano anterior, por meio da Emenda Constitucional 95, originada a partir da fatídica PEC 241/55. “O governo errou ao congelar investimentos, isso provoca retração da economia, reduz o consumo e consequentemente cai a arrecadação. Com esse governo ilegítimo, a nossa economia cresce como rabo de cavalo, para baixo. Ou seja o rombo, o déficit fiscal é cada vez maior”, criticou.
Bohn Gass enfatizou ainda que a equipe de Temer está fazendo o contrário do que se faz nos momentos de crise econômica. “O Brasil precisa de estímulo, de medidas que amplie o consumo interno para aquecer a nossa indústria. Ao contrário disso, Temer aumenta imposto, encarece produção, corta investimentos e afunda cada vez mais a nossa economia”. E o mais grave, continuou o líder do PT na CMO, “o governo Temer, que está envolvido até o pescoço com corrupção, só prioriza ações para se manter no Poder”, criticou.
O deputado e economista Enio Verri (PT-PR) também considerou um equívoco os cortes em investimentos. “A política econômica de Temer é absolutamente recessiva em todos os sentidos”. Ele lembrou que, por causa da Emenda Constitucional 95, o Orçamento da União para 2018 vai crescer apenas 4%. “O Estado já não está investindo nada, e, com esse orçamento engessado, ficará ainda mais difícil. E o pior é que o governo com a sua política econômica não estimula a iniciativa privada a investir. Por isso estamos vendo o pior investimento dos últimos 15 anos”, lamentou.
Enio Verri frisou que a iniciativa privada tem recursos. “Mas a crise política, a falta de credibilidade do governo Temer e as altas taxas de juros levam os investidores deixar o dinheiro parado no banco. Para eles, isso é mais interessante do que correr o risco do mercado e quem perde com isso é o povo brasileiro”.
PT na Câmara com agências