Foto: Gustavo Bezerra
Os governos do Brasil e de Portugal negociam um acordo para o reconhecimento mútuo dos diplomas de medicina. Em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, Alexandre Padilha explicou que as negociações foram iniciadas na segunda-feira (10), em Lisboa, quando se reuniu com o ministro português da Saúde. Segundo ele, “Portugal reduziu em 30% os investimentos no setor. Além disso, cerca de 200 médicos brasileiros que atuam no país manifestaram interesse em retornar ao Brasil”.
O ministro revelou ainda o interesse brasileiro em atrair médicos da Espanha onde 20 mil profissionais estão desempregados. Estes médicos serão submetidos a provas e receberão um registro especial para exercerem a profissão no país.
Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino (PT-BA), “a importação de médicos não pode ser reduzida a questões ideológicas. Ela é parte de uma estratégia que deve contemplar ainda o financiamento da saúde e a gestão dos gastos no setor”.
Durante o encontro, Alexandre Padilha reconheceu que o governo ainda não fechou a forma como os médicos estrangeiros serão contratados, mas enfatizou que “o Brasil não pode esperar oito anos, que é o tempo mínimo de formação de um médico no país, para suprir a demanda atual e a que será criada no curto prazo”.
Para Nelson Pellegrino, “o governo poderia aplicar a prova do Revalida aos estudantes brasileiros que estão concluindo o curso de medicina e utilizar a média obtida por eles como exigência mínima aos estrangeiros que forem selecionados”.
O deputado também pediu ao ministro da Saúde para incluir os hospitais militares entre as instituições a serem reforçadas com pessoal do exterior. “Esses hospitais geralmente são os únicos existentes nas regiões mais longínquas do país e não são exclusivos dos militares, pelo contrário, atendem a brasileiros e estrangeiros, aos indígenas e demais povos da floresta como no caso do hospital de Tabatinga (AM)”, afirmou.
assessoria da Comissão de Relações Exteriores