A COP21 é a 21ª edição da Conferência do Clima, que reunirá 195 países entre 30 de novembro e 11 de dezembro em busca de um novo acordo global sobre o clima que limite o aumento da temperatura do planeta a 2 graus Celsius até 2100. O Brasil é um dos países que apresentaram metas mais ambiciosas para a redução de emissões de gases do efeito estufa. O País anunciou o objetivo de reduzir essas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030.
“Defendemos um acordo robusto e eficaz. O Brasil não aceita que a solução para Paris é apenas termos um acordo. O acordo não pode e não deve ser um acordo minimalista, que adie decisões fundamentais da criação desse novo arcabouço legal de ação multilateral”, enfatizou o embaixador, José Antônio Carvalho, negociador-chefe do Brasil na COP21, que é subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty, em briefing de imprensa antes da viagem da comitiva brasileira à França.
Para isso, o Brasil defende que o acordo seja justo, equilibrado, ambicioso e duradouro. De acordo com o Carvalho, encontrar o equilíbrio entre os membros participantes será um desafio.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP), titular da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, destacou o protagonismo brasileiro na questão ambiental e meta ousada proposta para reduzir 43% de emissões de gases até 2030. Ele defende que o Brasil, nesta conferência, tome a frente e estimule os outros grandes países emissores a se comprometerem com metas maiores. “Essas nações estão há anos contribuindo para o aquecimento global por causa do crescimento de sua economia. Os países em desenvolvimento não podem pagar a conta sozinhos”, frisou.
Em artigo publicado recentemente pela Friedrich Ebert Stiftung – FES Brasil, sobre a 21ª edição da Conferência do Clima, Nilton Tatto alertou que a próxima década (ou década e meia) é apenas o começo. “Mesmo que sejamos otimistas em relação aos acordos a serem firmados em Paris, temos que ter em mente que o desafio não é alcançarmos metas na próxima década ou nos próximos 15 anos, mas começarmos a reconstruir a economia e as nossas relações como o meio do qual dependemos em outras bases, de tal forma que as emissões de gases de efeito estufa sigam caindo nas décadas seguintes”.
Por isso, segundo ele, o que está em jogo, “e o momento é este, é revermos os fundamentos do nosso projeto de desenvolvimento”. Para países emergentes e megabiodiversos como o Brasil, ele defende que é tempo de aproveitar “o esfacelamento de padrões econômicos e políticos, e construir as estratégias para potencializar nossos trunfos com intensidade de conhecimento, tecnologia e participação social”.
Nilto Tatto acredita que o Brasil tem condições de enfrentar este desafio, mantendo a decisão crucial de erradicar a pobreza e a miséria, “pois alcançamos com excelência os Objetivos Do Milênio e podemos liderar também a busca pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, frisou.
Mudança do Clima – O negociador-chefe do Brasil na COP21 enfatizou que o País quer privilegiar a questão da mitigação, que trata da redução da emissão dos gases de efeito estufa, mas adiantou que o Brasil também vai defender que o acordo seja robusto na área de adaptação. Que estabeleça como os países aumentarão a sua capacidade de enfrentar a mudança do clima e que tenha meios para que os países em desenvolvimento possam, “de forma ambiciosa e progressiva, aumentar as suas contribuições”, destacou o embaixador José Antônio Carvalho.
A COP21 vai reunir em Paris pelo menos 147 chefes de Estado e de Governo, entre os representantes dos 195 países.
Vânia Rodrigues, com informações do Blog do Planalto