Brasil caminha para dominar ciclo do enriquecimento de urânio, diz Genoino

genoino_brizza_cavalcanteO governo Lula incluiu no Orçamento de 2011 investimento de R$ 127 milhões para o programa de enriquecimento de urânio do País. A meta é atingir a autossuficiência no ciclo do combustível nuclear em 2014 e, até o fim da década, transformar o País em exportador de urânio enriquecido. A medida foi elogiada pelo deputado José Genoino (PT-SP), autor de emenda parlamentar que originou recursos para o programa nuclear brasileiro.
“O Brasil já domina o ciclo do combustível nuclear, mas é preciso investir maciçamente no programa de enriquecimento de urânio”, argumentou. Ele lembrou que o Brasil detém a quarta maior reserva de urânio do planeta e, com o impulso que vem sendo dado na área pelo governo Lula, o País terá autonomia plena no setor.

“Com o enriquecimento de urânio, o Brasil terá plena autonomia em suas usinas nucleares para a geração de energia e também no que se refere a equipamentos médicos, pois hoje somos dependentes de fornecedores estrangeiros”, comentou Genoino. Ele lembrou que o uso da energia nuclear tem aumentado em vários países, pois sua geração é um dos caminhos para se enfrentar o aquecimento global, já que não produz CO2.

O enriquecimento de urânio é positivo porque agrega valor ao minério. O Brasil é um poucos países que detêm grandes reservas e também sabe enriquecê-lo.

Os R$ 127 milhões são a primeira parcela do dinheiro necessário para ampliar a escala de conversão do concentrado de urânio em gás, numa etapa intermediária do enriquecimento do urânio ainda feita totalmente no exterior, e também para aumentar a fabricação de ultracentrífugas. O custo total das novas fábricas é de R$ 348 milhões em três anos.

As necessidades de consumo de urânio enriquecido foram estabelecidas com base na expansão no número de usinas nucleares no País. Além de retomar as obras de Angra 3, cuja construção ficou interrompida desde 1986, o governo estuda a construção de pelo menos mais quatro usinas, de 1.000 MW (megawatts) cada, até 2034. As duas primeiras são projetadas para o Nordeste, provavelmente às margens do rio São Francisco.

NOVE USINAS – Projeções levadas a Lula mostram que o País precisa enriquecer urânio para abastecer nove usinas nucleares até 2034. Mas as mesmas projeções indicam a produção de excedentes de concentrado de urânio, gás hexafluoreto e urânio enriquecido, respectivamente, a partir de 2012, 2014 e 2018.

No mês que vem, deverá ser inaugurada no interior de São Paulo a primeira fábrica piloto de conversão de concentrado de urânio em gás hexafluoreto. A unidade construída na área da Marinha, em Aramar, tem capacidade de produção de 40 toneladas por ano. Mas a meta é multiplicar a produção para 1.500 toneladas por ano.

Equipe Informes, com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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