Capacidade de absorção de choques e melhora do perfil de crédito do País colaboram na elevação
SÃO PAULO – O Brasil conquistou o selo “grau de investimento” por mais uma importante agência de classificação de risco. Nesta terça-feira, 22, a Moody”s elevou a nota do País para “Baa3″. No dia 30 de abril do ano passado, o Brasil se tornou grau de investimento pela avaliação da Standard & Poor”s. E em 29 de maio de 2008 foi a vez da Fitch atribuir essa nota ao País.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos.
A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado “grau de investimento”. Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação.
“A Moody”s Investors Service elevou os ratings de dívida do Governo do Brasil em moeda local e estrangeira do grau especulativo Ba1 para Baa3, patamar inicial para créditos com grau de investimento. A perspectiva para os novos ratings é positiva. A elevação reflete o reconhecimento pela Moody”s de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil,” afirmou Mauro Leos, Regional Credit Officer da Moody”s para a América Latina.
Evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira, tipicamente associados a créditos com grau de investimento, podem ser vistas na rápida contração do PIB, no enfraquecimento mínimo das posições de reservas internacionais do país, na moderada deterioração dos indicadores de dívida do governo e na ausência de estresse financeiro no sistema bancário” afirmou Leos. Estas características sugerem que o Brasil é um “vencedor” se comparado aos outros países globalmente integrados classificados pela Moody”s.
“Ainda que a economia apresente crescimento negativo do PIB em 2009 e as contas fiscais sofram deterioração em relação aos anos anteriores, afirmou Leos, o desempenho geral do Brasil provou ser melhor do que a maioria dos países classificados como grau de investimento na categoria Baa, onde o Brasil agora está situado.
“Leos afirmou que a elevação do rating é parte de um processo continuo para identificar países que se tornaram “vencedores” durante o período de turbulência financeira e econômica global. Este processo levou a um reajuste dos ratings soberanos na escala global para certos países cujos perfis de crédito soberano, ao mesmo tempo em que seguiram por um caminho positivo no médio prazo, provaram ser menos vulneráveis em comparação aos seus pares.
O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi elevado de Baa3 para Baa2, e o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira foi elevado de Ba2 para Baa3. Estes ratings têm perspectiva positiva. Os tetos do país em moeda local para depósitos e dívidas não foram afetados.
A ultima ação de ratings do Brasil foi feita no dia 6 de julho de 2009, ocasião em que a Moody”s colocou os ratings de dívida do governo em moeda local e estrangeira em revisão para possível elevação. O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi colocado em revisão, assim como o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira.”