Bolsonaro sabota o isolamento e está destruindo a economia

A experiência de diversos países mostra que o isolamento social realizado com rapidez e rigor tem assegurado um retorno mais rápido à normalidade social e econômica. Ao pressionar pelo relaxamento do confinamento recomendado pela OMS e autoridades sanitárias, o presidente agrava a crise econômica.

Nesta terça-feira (5), a cidade de São Luís, capital do Maranhão, e as vizinhas São José do Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa entram em lockdown. A decisão de isolar radicalmente as cidades atende determinação do Ministério Público Estadual. A drástica medida de isolamento social tem por objetivo conter a disseminação do coronavírus. O estado do Maranhão enfrenta a ameaça de colapso do sistema de saúde público para o atendimento às vítimas da pandemia.

No domingo (3), na contramão da realidade que sinaliza situação semelhante para outros estados e cidades, o presidente Jair Bolsonaro voltou a repetir o mantra genocida. Ao defender a volta ao trabalho, disse que “infelizmente” muitos serão infectados e perderão suas vidas. “É uma realidade, que temos que enfrentar”, afirmou Bolsonaro, cinicamente, enquanto o Ministério da Saúde está paralisado, sem sequer oferecer equipamentos necessários para combater o vírus aos governos.

Apostando na “contaminação de rebanho”, ou seja, na infecção de 70% da população brasileira, Bolsonaro insiste com o retorno às atividades sem qualquer planejamento. “Não podemos fazer com que o efeito colateral do tratamento do combate ao vírus seja mais danoso que o próprio vírus”, disse. Aplicando a taxa de letalidade verificada em Nova York, de 0,7%, a “tese” de Bolsonaro resultaria na morte de mais de 1 milhão de brasileiros.

A retomada da economia, com defesa de empregos e salários, no entanto, não tem contradição com o enfrentamento da pandemia. Ao contrário, a experiência de diversos países mostra que o isolamento social realizado com rapidez e rigor tem assegurado um retorno mais rápido à normalidade, como Alemanha, Coréia do Sul e Vietnã. A cidade de Wuhan, na China, epicentro da pandemia, promoveu um severo confinamento e já retornou às atividades. Diferente disso, os Estados Unidos demoraram a adotar medidas de isolamento e, agora, somam mais de 1,1 milhão de contaminados e cerca de 40 milhões de desempregados.

Demagogia eleitoreira

Atendendo às pressões de Bolsonaro, a abertura das atividades comerciais sem planejamento já tem repercussão negativa no combate à pandemia. Por conta da liberação descontrolada do comércio, o estado de Santa Catarina passou a ser apontado como novo foco de contaminação, segundo o Ministério da Saúde. Com 1.200 casos em 24 de abril, o estado já registra 2.346 casos, com previsão do aumento do número de mortes.

Mesmo com a adoção inicial das orientações da OMS, alguns países enfrentam problemas com o retorno às atividades sociais, produtivas e comerciais. Após uma semana de flexibilização das regras do isolamento social, a Alemanha registrou um agravamento da pandemia. De acordo com dados do Instituto Robert Koch, os índices de infecção e de letalidade da doença aumentaram. A constatação está levando o governo de Angela Merkel a reavaliar as políticas adotadas.

Se a preocupação de Bolsonaro fosse verdadeira, e não apenas atendesse suas preocupações eleitorais, o governo teria outro comportamento, tanto na saúde quanto na economia. Até hoje, o pagamento do auxílio emergencial aos trabalhadores e aos mais pobres não chegou a 46 milhões de brasileiros. Sem esquecer que o valor de R$ 600 só foi conquistado por pressão da oposição. A proposta inicial do governo era de pagamento de seguro-quarentena de apenas R$ 200.

PT Nacional

 

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