Jair Bolsonaro conseguiu produzir o maior aumento nos preços do diesel e da gasolina desde 2002. No ano passado, a elevação nas refinarias foi de 64,7% para o óleo diesel S10 e 68,6% para a gasolina. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e foram compilados pelo site Poder 360.
Desde que o mercado de petróleo brasileiro foi aberto, em 2001, só houve um ano em que o aumento feito pela Petrobras foi maior: 2002, quando Fernando Henrique Cardos era presidente. Naquele ano, os preços subiram mais de 100%.
No entanto, o governo Bolsonaro consegue ser pior mesmo assim, pois, 20 anos atrás, as elevações de preços nas refinarias não eram repassadas para o consumidor. Dessa forma, em 2002, mesmo que a Petrobras tenha aumentado o diesel em 129% e a gasolina em 146,8%, a variação nas bombas ficou em 57% e 26%, respectivamente.
A culpa é de Bolsonaro, por manter o PPI
Os dados comprovam o crime que o governo Bolsonaro comete contra a economia popular ao manter na Petrobras a política do preço de paridade de importação (PPI), que atrela o valor dos combustíveis vendidos no Brasil aos preços internacionais, em dólar (entenda aqui o que é o PPI).
Com o real desvalorizado, o repasse dos preços internacionais ao consumidor brasileiro acaba fazendo com que a população pague preços exorbitantes para encher o tanque. E isso em um cenário de renda cada vez menor, o que aumenta ainda mais o impacto dos combustíveis no orçamento das famílias.
Mesmo os analistas econômicos com maior espaço na mídia, que raramente denunciam o PPI como o causador desta tragédia brasileira, começam a admitir o fracasso dessa política que foi adotada na Petrobras a partir do governo de Michel Temer e mantida por Bolsonaro.
“A livre flutuação criou um ambiente em que a Petrobras consegue cumprir a missão de aumentar os lucros e dividendos, mas ela está internalizando um viés de alta nos preços dos combustíveis, que é responsável por parte importante da inflação hoje. Isso mostra que a opção contrária ao congelamento (as elevações constantes de preço que ocorrem hoje) também é inadequada”, disse William Nozaki, coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), ao Poder 360.
Da Redação